tag:blogger.com,1999:blog-198085442024-03-07T03:58:12.591-03:00SLAPASTINA - Crônicas do CotidianoSérgio Lapastina é autor de Frei Bolinha, Companheiro de São Francisco - uma história de boa vontade, Manual Frente a Frente de Relacionamento com a Imprensa, colunista do Portal Mega Brasil, jornalista, escritor, palestrante e corinthiano.
Neste blog publica, diariamente, sua série Crônicas do Cotidiano, um exercício de redação para quem gosta de uma leitura divertida no final de cada dia.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.comBlogger185125tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-26738998915122432792007-06-24T08:54:00.000-03:002007-06-24T08:55:34.102-03:00LealdadeA vida da gente é feita de momentos. Momentos são feitos de segundos. A soma dos segundos faz o dia. A soma dos momentos... bem, essa faz a nossa história.<br />Vez em quando a gente pensa no que vale a pena dizer, no que vale a pena fazer... enfim, quais os momentos que valem a pena serem colocados na nossa história. Um dia, vamos ter que contar para nossos netos alguma coisa e se hoje já temos problemas para lembrar das coisas, é bom termos momentos que valham a pena ser lembrados para dizer aos pequenos quem fomos, o que fizemos, a que viemos e o que deixamos.<br />Alguns irão dizer que fizeram isso ou fizeram aquilo e, se tiverem sorte de ter netos tão curiosos como somos nós mesmos, eles irão perguntar porque fizemos tudo isso.<br />Aí.... bem, aí teremos somente duas opções. Muitos, infelizmente, irão baixar as cabeças e dizer que foi pq mandaram que fosse feito dessa forma e, resignados, esses obedeceram.<br />Felizmente, alguns poucos, terão o orgulho de olhar para as crianças e dizer que tudo o que foi feito talvez não tenha tido o êxito desejado, contudo tudo, absolutamente tudo, foi feito com um sentimento de lealdade para com aquilo que acreditamos e para com todos aqueles que nos eram e ainda são caros.<br />Pois para nós, para os quais a carapuça do segundo exemplo serve com perfeição, a conseqüência da escolha é clara, é nítida, mas assim também o é nosso futuro, nossa consciência, nosso amor próprio, nossa esperança de dar as mãos e seguir em frente. Aos outros, que fiquem.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-18090982417383045462007-05-09T11:29:00.000-03:002007-05-09T11:31:54.132-03:00Carta do novo planetaAlguns dias depois do bombástico anúncio de que Plutão não seria mais um planeta, recebi e publiquei uma carta de desagravo do povo de lá. Inspirado, meu amigo, Mário Persona, aproveitou seu blog para uma excelente crônica a respeito.<br />Bem, agora que acaba de ser anunciada a descoberta de um novo planeta, carinhosamente batizado de Gliese 581c – nome que será brevemente fartamente utilizado nos rebentos nativos na Ilha de Vera Cruz, o Persona me passou a perna e fez antes a crônica dele em forma de carta... pois bem, Mário... aí vai a minha.<br /><br />Após ler a missiva recebida pelo Mário Persona, do emerentísimo Zig Zoing, um dos mais notáveis habitantes de Gliese 581c, planeta recentemente descoberto e que já está sendo considerado a “Nova Terra” devido às características de morabilidade – ah, permitam-me deixar claro, morabilidade é possibilidade de morar, habitar, viver nele... questões de morabilidade relativas à moral... bem, vamos deixar para lá, pois a simples alusão à Terra não é lá uma boa referência... – fui buscar, nas agências de turismo, informações sobre pacotes turísticos ao novo globo.<br /> Não achei – o que leva a crer que vou ter que passar novamente as férias neste planeta... fazer o que.<br />Pensei então, aproveitando o contato do Mário Persona, em escrever para o Sr. Zoing (será que na “Terra Nova”, a forma de tratamento é senhor?) pedindo referências e dicas.<br />“Estimado Sr. Zoing, <br />Tendo lido sua carta ao colega e amigo Mário Persona, tomo a liberdade de escrever-lhe solicitando sua atenção no envio de dicas para que, em breve, possa gozar minhas férias em vosso planeta.<br />As agências de viagem e turismo terráqueas ainda não dispõe de panfletos ou informações consolidadas sobre Gliese 581c, contudo devido às ultimas observações telescópicas, me parece que se trata de um local extremamente agradável para relaxar e aproveitar a companhia de familiares e amigos.<br />Atenciosamente”<br />Pois qual não foi minha surpresa que não somente o e-mail da crônica do Persona estava correto, mas quase que imediatamente ao envio da mensagem, o cordial Zig Zoing, respondeu.<br />“Prezado Sérgio;<br />Em primeiro lugar, muito obrigado por seu interesse em visitar nosso planeta. Em verdade, creio que seria necessário agradecer o fato de nos ter considerado um planeta – parece-me que recentemente vocês estão rigidamente criteriosos em relação à essa questão.<br />Lamento o fato de que as operadoras de turismo de Puf Puf CO2kk ainda não estejam com planos para trazer sua espécie até aqui. Tenha certeza que nossas autoridades diplomáticas já foram informadas e que, muito em breve, será possível anunciar novidades.<br />Ah, permita que explique-me: Puf Puf CO2kk é a forma como é conhecida vosso planeta aqui. Ou era até recentemente quando, descobertos, descobrimos que vocês se auto-denominam Terra e se consideram tão parecidos conosco que nos tratam por Nova Terra.<br />Na verdade, quando descobrimos seu planeta, há 7 trilhões de anos-luz, demos a ele um nome que, em má tradução – tendo em vista que os dicionários Puf Puf CO2kk – Gliese 581cc, Gliese 581cc – Puf Puf CO2kk – incluindo expressões idiomáticas, está em revisão e ainda não disponível para aquisição) era algo como “Esperança”. As primeiras missões enviadas – mesmo sem as dicas turísticas que ora me solicita – até confirmavam que era um bom nome. <br />Contudo, mais recentemente, as novas incursões nos levaram a alterar o nome de referência. Não conheço bem a história, mas sei que os que retornaram somente conseguiram contar algo entre acessos de tosse. Segundo eles, suas máquinas de fazer “puff – puff” estão muito avançadas, daí a referência ao nome: em verdade uma homenagem ao seu desenvolvimento.<br />Espero poder escrever-te com novidades em breve.<br />Atenciosamente”<br /><br />Não sei pq, mas fiquei preocupado.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-39827338661421312082007-03-22T10:05:00.000-03:002007-03-22T10:06:20.385-03:00Dia Mundial da Água - um dia para ser todos os diasToda vez que é preciso instituir uma data para comemorar alguma coisa significa que a importância daquele assunto ainda não está inteiramente consolidada pela sociedade. Por isso, vale a pena separar no calendário uma data para lembrar a todos que é preciso ainda muita conscientização, mobilização e mudança de atitudes em relação ao que está sendo comemorado. É exatamente isso que acontece no Dia Mundial da Água, comemorado internacionalmente todo 22 de março.<br />Nesse dia tudo que é relacionado a água ganha páginas nos jornais, minutos em rádio, especiais nas televisões, eventos, palestras, debates, aulas especiais, manifestações, acusações e tudo o mais que um tema com essa importância merece.<br />Nesse dia se toma um banho mais curto, se varre a calçada, se limpa o prato antes de lavar, se fecha a torneira enquanto se escovam os dentes, se conserta a torneira pingando e tudo o mais que pode ser feito por um tema com essa magnitude.<br />Nesse dia a gente fica indignado com a ocupação das áreas de manancial, incomoda o papel de bala jogado na rua, lamenta o pneu lançado no córrego, revolta a sujeira do rio e tudo o mais que nos lembre a importância desse tema.<br />E tudo isso é muito bom. O único problema é que isso tudo é feito nesse dia e no dia seguinte a rotina toma conta novamente de nossas vidas. O banho volta a ter meia hora, a torneira fica aberta, a mangueira lava a calçada, o campeonato de futebol é o tema mais importante dos jornais, a receita de bolo ganha espaço na tv, o papel de bala é jogado pela janela do carro e o rio sujo está lá da mesma forma. Da água que foi tão glorificada em um dia, sobra a lembrança da conta que precisa ser paga no final do mês.Por isso é sim muito importante comemorar e lembrar do 22 de março, do Dia Mundial da Água. Um dia que, assim como todos os outros, tem apenas 24 horas, mas que se não tivermos consciência do que realmente significa pode terminar muito antes disso.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-23796108904876145962007-01-11T20:56:00.001-02:002007-01-11T20:56:49.544-02:00Das férias 3E vira pra cá, vira prá lá... pelo menos até onde eu entendia o que a Kahuna Teresa dizia.Chegou uma hora que achei melhor desistir de tentar compreender e ir no instinto... Afinal de contas para quantos lados eu poderia virar deitado na maca?<br />Pois bem. Cheguei ao final do que seria uma relaxante massagem mais estressado do que havia começado. Tudo o que eu queria era sair dali.A Kahuna Teresa então voltou a me cobrir com o lençol gigantesco e disse, dessa vez com a voz um tiquinho mais alta para que eu entendesse.- Agora, vou tirar o lençol e quando acabar o senhor pode se levantar.<br />Bem, pensei, se ela não tivesse dito esperava que eu fizesse o que? Saísse de lá levando o lençol?Mas uma surpresa ainda restava: ela simplesmente não tirou o lençol: foi puxando o maledeto devagarinho devagarinho, segurando na parte de baixo - nos meus pés - e fazendo ele deslizar suave e irritantemente sobre meu corpo.<br />Alguém aí já sofreu tortura chinesa? Tailandesa? Qualquer "esa"? Pois bem, foi horrível... Image um lençol fazendo ondinhas por sobre seu corpo, fazendo cócegas, trimiliques, arrepios e todos os tiques que podem - e foram causados - por esse escorregar... Triplique e você terá idéia da metade da sensação que vivi.<br />Findado o martírio, levantei e a Kahuna:- Precisa por o chinelinho de palha...<br />Pôxa, acabei de lembrar... preciso voltar ao hotel para pegar a sandália que deixei ao sair correndo do spa....Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-43918030141074852132007-01-10T20:22:00.000-02:002007-01-10T20:23:21.847-02:00Das férias 2O primeiro ato da Kahuna Tereza foi colocar um lençol sobre meu corpo. Plenamente dentro das normas e regras da massagem terapêutica normal.<br />- Xi, ficou pequeno...<br />Sem saber o que ela queria como resposta, limitei-me a um sorriso amarelo.<br />- Vou pegar outro.<br />Ela volta com um lençol tamanho EXGG-L e lança-o sobre mim.<br />Imediatamente após tudo estar plena e quase hermeticamente fechado, ela puxa o lençol para descobrir metade do meu corpo para iniciar a massagem.<br />- Uai, se era para descobrir... pq não ficou com o lençol pequeno mesmo... - mas apenas pensei: não tive coragem de verbalizar tendo em vista que ela começava a me apertar os calcanhares.<br />- Agora o senhor relaxa e vai ..... a .... enquanto eu faço a .....<br />- Como é que é?<br />- Shhhhhhhhhhhhhh, fale baixo... o senhor precisa relaxar enquanto..... eu..... na sua...<br />- O que?<br />- Shhhhhh.<br />- Mas é que eu não estou escutando o que...<br />- Shhhhh<br />O maledeta que parecia uma rolha de poço medieval (e apertava com a força de uma tenaz) começou a murmurar algumas coisas que, segundo ela, eram para me relaxar.<br />Agora, vem cá, fala sério: tem alguma coisa que irrita mais do que uma pessoa balbuciando frases que você não entende e, o que é pior, enquanto fal alguma coisa na minha sei lá o que?<br />- O senhor .... agora.<br />- Minha filha, eu não tô escutando... quer que eu faça o que?<br />- O senhor se vi.. agora<br />Efetivamente tinhamos um problema de comunicação estabelecido.<br />Por dois segundos pelo menos dezenove coisas que começavam com "vi" e que eu poderia fazer naquela hora passaram pela minha cabeça.<br />Apostei em uma.<br />- Virar?<br />- Por favor.<br />Ah, se eu tivesse tanto sorte assim na Mega Sena acumulada...<br />continua.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-21987958664301894762007-01-09T19:37:00.001-02:002007-01-09T19:37:47.391-02:00Das férias 1Uma das férias.<br />Uma bela tarde, depois de cinco dias com dois jogos de vôlei e três de biribol por período, finalmente o joelho deu o ar se sua graça. Ou melhor traduzindo, a dor de minha agonia.<br />Sorte que no belíssimo hotel em que eu me hospedava havia o serviço de massagem relaxante ou estimulante - conforme a necessidade da clientela. No meu, apesar de precisar da tal estimulante, o dia estava mais para a relaxante.<br />Hora marcada e lá vou eu para o spa (chiquérrimo não acham). Me atende uma proeminente atendente que, com a voz suave como uma uva, pede que eu vá até a sala ao lado e aguarde a Teresa.<br />Eu, crente que a dita Teresa seria uma daquelas massagistas que a gente só encontra em hotel e que daria, de uma vez por todas, solução ao meu joelho, recebo uma Kahuna (igual à 99,7% dos leitores desta coluna, eu também nunca fui ao Havaí, mas já vi em filmes aqueles sacerdotes que insistem em usar uma tanguinha de folhas cobrindo parte da saliente barriga. Usem a imaginação e vocês vão lembrar de algum kahuna... 1,38 de altura e 138kg de peso... imaginaram... pois bem, tinha uma na minha frente).<br />E o pior: ela segurava um chinelinho de palha, que tentava - em vão - imitar uma Havaianas (detalhe, eu morro de aflição no meio dos dedos e por mais que não deformem, não soltem as tiras e não confiram chulé: eu não uso Havaianas).<br />Contudo, todavia, entretanto... diante da Kahuna de braços esticados com aquela coisa na mão dizendo com toda suavidade do mundo: Coloca isso aí! Não tive outra escolha a não ser colocar a dita nos pés.<br />Bem, pensei, é só para me levar até a sala da massagem.<br />Mas, antes disso, ela me esticou um roupão e mandou colocar.<br />- Tem?<br />- Coloca.<br />Pus e ela me levou até a sala da frente. Literalmente 1,64 passo distante da sala em que estava e disse.<br />- Tira o roupão!<br />- Mas eu acabei de...<br /><br />De roupão tirado, deitei na confortável cama/maca (que coincidentemente tem as mesmas letras apenas mudando a ordem.... crônica também é cultura gramatical!) e a Kahuna me cobriu com um lençol, me jogou um treco pesado sobre os olhos e disse para aguardar.<br />Felizmente a Kahuna não era a Teresa.<br /><br />Começa uma musiquinha suave, relaxante,,,, lembrando água caindo e escuto passos leves entrando no ambiente, fechando a porta e dizendo com uma voz angelical.<br />- Seu nome é Asderbaldo, não é?<br />- Sim e, pelo que ouvi, o seu é Teresa.<br />- Exatamente, vamos começar?<br />- Claro!<br /><br />Sorrateiramente, dei uma puxadinha na venda para ver a forma angelical da Teresa e o que vi...ai, a Kahuna estalando os dedos<br />continuaSérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-59755499269043303772007-01-08T19:18:00.000-02:002007-01-08T19:19:24.725-02:00O mercado de estimulantes.... quem diria: brochou!Se estivéssemos conversando há alguns anos... uns 30 anos, hoje seria o dia da redação "Minhas Férias".<br />Daí eu iria contar sobre as viagens, os amigos, as brincadeiras, as aventuras, o que vi e o que fiz.<br />Como hoje é hoje mesmo, não tem como, a redação vira crônica e o dia acaba sendo tão inspirador quanto as férias e, por isso, vou contar tudo o que aconteceu nesse fim de ano ao longo do ano - aliás, bem lembrado, para quem não vi, não falei ou esqueci: que 2007 seja um ano fantástico; permita-me desejar que você seja, em todos os sentidos, feliz.<br />Até ia falar de algumas coisas legais e engraçadas que aconteceram, contudo uma manchete da Gazeta Mercantil acabou roubando a inspiração. Diz o periódico: Mercado de impotência cresce menos.<br />Ou seja, o mercado que é para "fazer crescer", está flácido... está, digamos, apresentando dificuldades para mostrar a mesma rigidez de anos anteriores.<br />As empresas, na excelente e séria matéria, mostram seus números e seus planos, mas o que se pode ver é que, efetivamente, o geral está em queda. A culpa é atribuída à impossibilidade de haver uma comunicação massiva dos produtos - tá vendo, é como sempre disse, comunicação é tudo, é vital, é fundamental... quem não se comunica, literalmente, brocha.<br />Uma outra possível interpretação é de que o brasileiro está precisando menos do incentivo farmacêutico para o bom desempenho de suas funções - diferente do restante do mercado latino-americano que, segundo o texto, consome cada vez mais o dito estimulante.<br />O pessoal aí da primeira fila retruca dizendo que o que houve foi uma maior conscientização do consumidor. Segundo a senhora de saia bordô, hoje somente compra quem realmente precisa e não mais os curiosos ou os que pretendem "turbinar" o ato.<br />Particularmente, me solidarizo com os maridos das senhoras que usam saia bordô: vocês realmente precisam de algum estímulo extra...Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-80883393354845234362006-12-15T19:03:00.000-02:002006-12-15T19:04:02.200-02:00DesejosDesejos - Sérgio Lapastina<br />Uma coisa difícil é dar presentes. Mas o realmente difícil é<br />responder à pergunta: o que é que vc quer de presente?De uma forma simples: a gente nunca sabe o que quer.Desejar é uma coisa esquisita. Você até pode querer alguma coisa,<br />mas ou tem medo de que seja muito e magoar a pessoa ou tem<br />receio que seja pouco e a pessoa achar que está recebendo a<br />importância necessária.Se a gente pede algo material, somos insensíveis. Se pedimos paz,<br />saúde, dinheiro e amizade, somos demasiadamente sensíveis.Por isso que sim, temos que aprender a desejar.Desejar a mesa farta, mas devemos saber pedir a comida.Desejar o caminho livre, mas devemos saber pedir o destino.Desejar o ar fresco, mas saber respirar.Desejar o abraço amigo, mas saber ter o braço forte.Desejar o beijo molhado, mas saber reter o gosto do amor.Desejar o calor e saber não esfriar.Desejar o sono tranquilo e saber fechar os olhos.Desejar o sonho e saber transformá-lo em realidade.Desejar a realidade e saber não acabar com ela.Desejar ser forte e dormir com a cabeça apoiada no colo dela.<br />Não sei o que vai ser de 2007 e sinceramente não quero saber. Não<br />adianta saber. Durante anos desejei que o ano novo fosse isso,<br />fosse aquilo e o ano novo sempre foi o que ele quis ser.Hoje aprendi a querer saber aproveitar cada dia do ano novo, assim<br />como espero ter aproveitado o ano velho e sempre aproveitar cada<br />momento. Aprendi a desejar confiar sempre no intinsto, no feeling, no<br />bate-pronto. É como dizia um tio: se pensar muito não casa. A filha<br />dele não casou.<br />Desejar não é fácil. Mas receber o desejado é uma benção.Sejam todos, abençoados<br /><br />Desejos - Wagner Mekaru<br />Desejo é sempre algo forte. Não existe meio desejo.Desejo é a arte do querer. Eu quero ou não quero.Quando respondemos uma indagação sobre o que queremos com<br />um “mais ou menos” já optamos pelo querer. O titubear pode ser<br />apenas um pouco de insegurança.Desejar apesar de servir como sinônimo do verbo querer parece ter<br />raízes mais profundas, parece falar de um querer com entrega da<br />alma.Algumas pessoas dizem que é preciso tomar cuidado com o que se<br />deseja, já que estes, como numa fábula podem virar realidade.O pensamento deve ter lá sua força sim. Seja num aspecto<br />positivo ou negativo.Já ouvi muitas conversas a esse respeito, onde céticos insistem em<br />dizer que os otimistas ou aqueles que pensam positivamente estão<br />por fora e que o melhor é ter os pés na realidade, assim evita-se a<br />frustração, contudo estes deixam de sonhar, não experimentam a<br />fantasia e assim vivem “uma vida tranqüila”, na medida que o<br />controle lhes permite.Já dizia Freud também que não poderíamos viver numa sociedade<br />onde todos os desejos fossem satisfeitos, afinal isso seria algo<br />extremamente nocivo, até mesmo por que, tomando como<br />exemplo, matar pode ser um desejo (e não somente um filme do<br />Charles Bronson).Mais do que desejar deve se lutar e buscar meios para a realização<br />dos desejos. Aquela história de fonte dos desejos é bonita, mas<br />cômoda demais, afinal tendo algumas moedinhas ficaria muito fácil<br />efetivar o que se quer. Lutar pelas conquistas é o mais difícil, mas<br />também o que há de mais bonito.No princípio era o verbo. Desejar, mentalizar, entregar e<br />esforçar-se; cortar o bolo e visualizar; promessas de um novo ano;<br />rezar e pedir pro Santo, mas acima de tudo fazer a sua parte, o<br />que vier é conseqüência. Se mesmo assim não acontecer como você<br />esperava, não se preocupe, o importante é não desistir, levante a<br />cabeça e continue a caminhar, porque ainda há muito que sonhar.Para terminar um pequeno relato de um fato cotidiano: outro dia,<br />voltando para casa, no trânsito, estava atrás de um carro que tinha<br />uma frase estampada no para brisa traseiro: “Espero que Deus lhe<br />dê em dobro o que você me desejar”. Eu cheguei muito bem e sem<br />contratempos em casa.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-72128779028684725852006-12-14T18:23:00.000-02:002006-12-14T18:24:20.755-02:00Desejo para 2007Poucas coisas nessa vida são tão importantes quanto se alimentar.<br />Ter comida para o corpo, para o espírito; para o hoje, para o amanhã; para um, dois ou para quanto for.<br />É como diz o velho ditado: onde come um, comem dois ou quem mais chegar e precisar se alimentar.<br />Nesse ano, desejo a todos a mesa farta. Mas não qualquer mesa: a verdadeira mesa - aquela que precisa sempre estar repleta de comidas gostosas, saborosas e que dêem prazer ao serem consumidas: o nosso dia-a-dia.<br />Quantas vezes você acordou e sentiu fome? Fome de novidades, fome de boa notícias, fome de uma ação revolucionária, fome de compreensão, fome de um ombro amigo para repartir o desejo de comer algo doce e refrescante.<br />Que em 2007 você tenha mesa recheada de coisas gostosas e que seja gente o suficiente para repartir esse alimento com cada um que estiver a seu lado. Afinal de contas, como dizia o velho sábio: é repartindo que se soma e compartilhando que se obtém o recheio da felicidade eterna.<br />Ok... Não era bem isso que ele dizia, mas tudo bem. Sem problemas.O importante é que em 2007 você seja, simplesmente, feliz.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-11171893538760871792006-12-11T19:04:00.000-02:002006-12-11T19:05:33.927-02:00Pedido de Natal 1<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">Comecei a fazer a pesquisa sobre o que quero ganhar neste Natal.<br />Como há alguns anos venho pedindo "muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender", quem sabe esse ano, pedindo algo diferente, venha isso... Com certeza meu Papai Noel é meio às avessas... vai saber...<br /><br />Seja como for, uma das coisas que mais tem atormentado a humanidade nos últimos tempo é o excesso de informação.<br />Não sei se é por isso ou por outra coisa, mas o que mais estamos precisando é de alguma coisa que nos simplifique a vida.<br />Por isso gostei muito das Unazukins, uma bonequinhas que te respondem qualquer pergunta que fizer a elas simplesmente balançando a cabeça para frente e para trás - se a resposta for sim, ou para os lados - se a resposta for não.<br /><br />Sem enrolação, sem "veja bem", sem talvez, sem nada a não ser um belo sim ou um firme não. Quem precisa de mais?<br />Se formos pensar bem, no frigir dos ovos, quase a totalidade das dúvidas da gente podem ser respondidas por um sim ou por um não. Quem complica é a gente que quer detalhes, explicações, motivos, ponderações ou, na maioria das vezes, que quer escutar o que quer ouvir, não o que precisa ser ouvido.<br /><br />Principalmente escutar um NÃO não costuma ser nada fácil.<br />E, sim, tem gente que se assusta com um SIM.<br />Alguns não sabem o que fazer com um SIM. Outros travam ao ter um NÃO.<br />Muitas vidas dependem de um SIM. Guerras já foram perdidas por causa de um NÃO.<br />NÃOs já decidiram destinos. SIM... os SIMs também.<br /><br />Enfim, motivos não faltam para achar que essas bonequinhas serão um bom presente</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-77000246403009623242006-12-08T19:04:00.000-02:002006-12-08T19:05:02.883-02:00EnvelhecerHoje é dia de Confraria de Crônicas, Contos e Causos do Cotidiano. Ainda sem o Manfra, mas já com o contrato dele renovado para a temporada 2007<br /><br />Envelhecer - Sérgio Lapastina<br /><br />Quando tinha 15 anos achava que uma pessoa com qualquer coisa mais de 30 era um absurdo.<br />Hoje, com quarenta e poucos, acho que era um absurdo eu achar aquilo.<br />Sempre gostei de ouvir histórias. Hoje gosto de ter histórias para contar. Adoro aquelas coisas de "Você se lembra?" e vem um montão de fotos do Atari, da revista Manchete, do Falcon, do Genius, do Ultra Man, Ultra Seven...<br />Minha última mania (que deve durar até a próxima, portanto, acalmen-se) é andar de bengala. Não aquela bengala de apoio, mas - como definiu a Fernanda que trabalha aqui comigo - daquelas pretas com cabo prateado, de 1720, Inglaterra, que somente os gentlemen usavam com cartola e luvas.<br />A Gláucia acha que é coisa de velho. Pensando bem... Deveria agradecer.<br /><br />Se um dia quis ter meu avô para contar histórias do que lhe tinha acontecido - independente de serem ou não verdade, tais como as minhas... O que mais me importava era que tudo aquilo era real na cabeça dele e que, por trás de cada palavra tinha uma mensagem.<br />Será que entendi todas?<br /><br />O que quero, um dia, é poder continuar a contar histórias - independente de serem ou não verdade, tais como as de hoje... O que mais me importa é que quem estiver ouvindo acredite que por trás de cada palavra existirá uma mensagem.<br />Será que vão entender todas?<br /><br /><br /><br /><br /><br />Envelhecer... - Wagner Mekaru<br /><br />Na empresa em que trabalho está em vigor um programa de aposentadoria incentivada. Tenho visto a movimentação de muitas pessoas. Gente que trabalhou 30, 40 anos, as vezes até mais do que isso e hoje busca descansar.<br />Gosto de ouvir as histórias que as pessoas mais velhas tem para contar, são aventuras, alegrias, tristezas, gargalhadas e lágrimas que marcam a saga de cada um deles.<br />Paradoxalmente em nossa sociedade é comum associar o envelhecer a idéia de declínio, fracasso, etc.<br />Acredito que esta idéia esteja fortemente associada a uma dificuldade do homem frente a Morte (sim, com letra maiúscula, essa autoridade), é realmente muito difícil aceitar que vamos morrer, muito embora saibamos desde pequenos e cada passo que damos mais nos aproximamos dela, afinal cantamos nos aniversários: "mais um ano de vida..." e é menos um ano, mas claro mais um ano é pedido, porque na verdade também estamos falando de 365 dias passados e de preferência bem vividos e assim se renova a esperança de novos belos 365 dias.<br />Se morrer é certo, viver não é assim, afinal viver não é o mesmo que existir e, se é que podemos assim definir, socialmente bem sucedido é aquele que conseguiu ser feliz. E a felicidade de uma pessoa é construída ao longo do tempo, por inúmeros fatores que vão de família, trabalho, espiritualidade, "conquistas", aprendizado, etc.<br />Nosso corpo muda desde sempre, mas costumou-se dizer grosseiramente que o corpo fica feio ao envelhecer (esquece-se que o envelhecimento é constante, desde a concepção) é quando as rugas aparecem, o cabelo se torna grisalho, a pele flácida, enfim parece que defrontamos com um quadro apocalíptico, mas isso se deve também ao valor que a sociedade atribui a estética, onde a ditadura da beleza cada dia mais exige que sejamos verdadeiros seres biônicos, providos de "corpos perfeitos", mas com o tempo isso muda, assim eu espero. Esperança.<br />Assim como o vinho ou um bom malte que melhoram com o passar do tempo, ao envelhecer espera-se que as pessoas tornem-se melhores, afinal não é costumeiro dizer-se: "você não cresceu não é?", denotando a clara expectativa de uma evolução no comportamento deste.<br />Acreditando na questão da evolução do espírito, a criança está próxima da Criação por uma questão de tempo, o velho também está mais próximo da origem e do Criador, já que para este deve retornar, logo, é lógico entender que há sabedoria naquele que tanto já viu e agora está mais próximo daquele que inquestionavelmente é perfeito. Não é nosso intuito sermos perfeitos, mas evoluir sim e para isso somente vivendo e experimentando a dor e a alegria de sermos o que somos, eternos mutantes.<br />Falando em tempo, o passado é o único momento do qual não podemos mais nada fazer, o futuro é envolto de expectativas e esperanças, dos quais talvez tenhamos êxito desde que consigamos aproveitar da melhor maneira possível o presente e presente é pra desembrulhar.<br />E para fechar a celebre frase de um ex-presidente norte-americano: "E no final o que importa não são os anos de sua vida, mas sim a Vida de seus anos".Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-37244314935900734912006-12-05T19:21:00.000-02:002006-12-05T19:22:12.269-02:00E a tuia...- Asderbaldo, fecha a janela.<br />- Mas amor, a gente vai somente até a esquina... tá um maior calorão, fechar a janela pra que?<br />- E se chove? Esse tempo maluco a gente nunca sabe. Vai, num reclama e fecha a janela.<br />- Querida, pensa comigo: a gente vai até a esquina escolher uma árvore de Natal. Não deve demorar mais que vinte minutos, meia hora no máximo. Se o tempo fechar, a gente volta a tempo... Amor, se fechar a janela fica tudo abafado...<br />- Asderbaldo. Fecha. A. Janela.<br />- Num fecho.<br /><br />Com todas as janelas da casa fechadas, praticamente seladas, fomos neste final de semana realizar a primeira tentativa de aquisição de uma árvore de Natal.<br />Todos os anos anteriores a dita cuja foi daquelas artificiais, mas esse ano me convenceram a comprar um exemplar retirado da mãe natureza. O que, digamos, achei excelente.<br />Nada como comemorar o Natal com árvore verdadeira... Fala a verdade, árvore artificial é até bonitinha, mas nada se compara a um belo e frondoso pinheiro que a gente coloca no canto da sala e arruma tudo para celebrar a melhor festa do ano e...<br /><br />- Como em que canto? Todo ano a gente coloca a árvore no mesmo canto.<br />- Justamente... Eu estava querendo mudar... Ah, sei lá, já que a gente vai comprar uma árvore natural, podia também mudar o canto da sala.<br /><br />Conhecendo o eleitorado, já imaginei que a compra de uma árvore natural ia ser a desculpa para chamar pintor, pedreiro e fazer uma reforma completa na sala e achei melhor mudar de assunto.<br /><br />- Olha aquela lá que linda!<br />- Qual das crianças você vai expulsar de casa para caber essa árvore?<br />- Ah, Asderbaldo, você é um pessimista. Essa árvore vai ficar linda com todos os pisca-piscas e anjinhos...<br />- Verdade, mas... Bem, sei lá. Se você quiser, pode ser essa.<br />- Te amo, querido. A árvore vai ser o sucesso da ceia... A mamãe vai adorar e...<br />- Mamãe?<br />- Ah, não te contei, ela vai passar o Natal com a gente.<br />- Nem precisava, querida, todo ano ela passa. Mas vamos lá... Moço, quanto é essa árvore.<br />.<br />.<br />.<br />- E se eu levar a floresta inteira tem promoção?<br />- Asderbaldo, não seja mal educado com o moço.<br />- Mal educado? Ele quer cobrar uma fortuna por um galho cortado de pinheiro.<br />- Tuia, senhor. Este exemplar é uma Tuia Specialis, com características únicas de topiaria natalina.<br />- Galho de pinheiro e até meio seco.<br />- Asderbaldo...<br /><br />Unscentos reais depois e muito exercício para colocar a Tuia Especial...<br />- Specialis, senhor, Tuaia Specialis<br /><br />... como dizia, colocar a árvore no carro (uma história que conto depois), chegamos em casa e não é que a patroa acertou e começou a chover. Bem, também não demoramos apenas vinte minutos... Só a explicação do especialista em como adubar a Tuia Ispazialis duas vezes por...<br />- Perdão, senhor, é Tuia Specialis.<br /><br />... como... dizia... adubar a árvore e o modo correto de pendurar as bolinhas em cada galho, isso durou pelo menos duas horas.<br /><br />Seja como for, estava chovendo quando chegamos. Ela acertou a previsão e...<br />- Asderbaldo... Você deixou a janela do quarto aberta...Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-75377807371679176562006-12-05T19:20:00.000-02:002006-12-05T19:21:07.252-02:00E a ceia...<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">- Amor, peguei uma receita de peixe recheado com farofa de camarão que vai ser um show na ceia de Natal. Quero só ver...<br />- Peixe? No Natal?<br />- Qual o problema?<br />- Não... Problema nenhum... É que não sei se peixe combina com o tender e...<br />- Justamente! Esse ano não vi ter tender, peru, pernil, lombo, nada disso: vamos fazer um Natal com peixes, camarões e todo tipo de frutos do mar. Vai ser uma maravi...<br />- Mamãe não come peixe e eu adooooro tender.<br /><br />A reprodução acima é referente ao diálogo travado na residência do nobre Asderbaldo na data de ontem, pouco antes da ida ao supermercado mais próximo para aquisição de um peru, um pernil daqueles semi-temperados e desossados, um lombo e três tender daqueles tipo bolinha. Todos já devidamente acomodados no freezer da referida residência no aguardo da véspera das festividades para o devido preparo culinário.<br /><br />Igualmente produtiva foi a noite. Sentado na beira da cama, o nobre Asderbaldo olhava para a anotação, já borrada, da receita de peixe com recheio de farofa de camarão e lamentava a pouca sorte, imaginando se algum dia em sua pacata existência teria a oportunidade de comer tal iguaria.<br /><br />Dando-se por vencido - algo que se torna comum após alguns anos de matrimônio - deixamos a receita do peixe recheado de lado e partimos para imaginar qual lampejo o destino nos daria para fazer o combinado lombo - pernil - peru e tender (meio de campo de fazer inveja a qualquer time de várzea, time completado por Farofa, no gol, Arroz com Passas, Empadão, Batata Gratinada e Purê de Maçã, na defesa e no ataque a dupla Romã e Salada de Palmito - detalhe, o Farofa no gol, não é de camarão).<br /><br />Fala a verdade, é o típico "em time que está ganhando não se mexe"... Não é? Vai inventar.<br />Tem casa que tem bacalhau... mas é reserva, entra na substituição de algum dos jogadores... ops, pratos acima descritos e sempre gera alguma cara de desconfiado: será que vai jogar bem? - no caso, será que vai cair bem?<br /><br />Seja como for, o que importa é seguir a tradição.<br />Tradição, segundo o dicionário Asderbaldes - Português e vice-versa, é algo que alguém um dia disse, todo mundo acreditou e ninguém tem coragem de contrariar.<br />- Ah, filho, mas é tradição da casa.<br />Se quebrarem a tradição o que é que acontece? Absolutamente nada, muito provavelmente. Mas vai arriscar... E a paúra?<br /><br />É por isso que neste ano, seguindo a tradição, esse ano a ceia de Natal vai ser com o time titular na mesa. E sabem de uma coisa: vai ser maravilhoso, vai ser uma delícia. Todos vamos rir, brincar, tirar sarro e, ao final, comemorar a certeza de mais um título... ops, mais uma alegre e feliz união.<br />E o ano que vem? Ah, no ano que vem vou botar o pé na jaca e fazer o raio do peixe com recheio de camarão e outras novidades que vocês vão ver e aí vou...<br /><br />- Amor...<br />- Tá bom! Raios.<br /><br />Vou fazer tudo ser mais feliz ainda!<br /><br />Obs.: caso algum incauto leitor deseja a receita do peixe com recheio de farofa de camarão, até posso pedir ao estimado Alemão que lha me forneça novamente, tendo em vista que, em um acesso de fúria, a mesma foi defenestrada e se encontra, em migalhas, na lixeira do lar doce lar.</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-2325028872683899082006-12-01T19:08:00.001-02:002006-12-01T19:08:50.841-02:00Tem hora que temos que ser fortes.Hoje é dia de Confraria de Crônicas, Contos e Causos do Cotidiano, ainda sem o Manfredini. Amigo, para vc: Tem hora que temos que ser fortes.<br /><br />Tem hora que temos que ser fortes - Sérgio Lapastina<br /><br />Começou dezembro. O último mês do ano.<br />Para começar, gostaria de desejar a todos um excelente dezembro.<br />Se de janeiro até agora o ano foi bom, tenho absoluta certeza que vai acabar bem. Se não vou, veja pelo lado bom da coisa: você tem mais 31 dias para tentar. Não vai desistir agora, não é?<br />Aliás, desistir não está no nosso sangue, no nosso perfil. Se estiver no seu, faz um favor: deixa de ler esse texto agora.<br /><br />Hoje, no primeiro dia do último mês, duas coisas me fazem ter renovada a vontade de vencer cada desafio.<br />Hoje é o Dia Internacional de Combate a Aids - fala a verdade tem gente que entende mais de vencer desafios do que esse.<br />Doença sem vergonha que na verdade nem é doença. A gente não morre de aids, mas ela mata.<br />Doença que não pega pq quer (como nenhuma, claro), mas que se pega por que se faz alguma coisa. Falta de cuidado, falta de consciência, falta de respeito.<br />Doença que quem tem pode ser qualquer um e que precisa continuar a ser qualquer um mesmo tendo.<br />Doença para a qual, a pior doença é a ignorância, a falta de tato, a falta de um toque amigo - é amigo, pelo toque não se pega aids, mas pode se pegar o isolamento, o esquecimento.<br />Conheço uma ou duas pessoas que tem aids. Pessoas como eu e vc que vivem, respiram, trabalham, amam e precisam viver, respeitar, trabalhar e serem amadas. O que muda nelas? Nada e tudo.<br />Nada pode mudar, mas tudo tem que mudar.<br />O primeiro a mudar, tive que ser eu e hoje, vejo que ainda estou aprendendo a como mudar.<br /><br />O segundo motivo, que nem ia ser hoje, mas precisa ser hoje é pq descobrimos que temos que ser fortes. Olha se tem alguém aí que quer nos derrubar, sinto... vai buscar outra freguesia que nessa aqui vc não vai achar guarida.<br />Aqui, quando um pé falha, uma mão ampara.<br />Quando um braço fraqueja, um ombro nos segura.,<br />Quando falta o ar, sobra o sopro.<br />Aqui, quando vem a dor, vem a palavra de compaixão.<br />Quando sobrepõe o medo, vem a certeza do caminho certo.<br />Quando surge a dúvida, vem o guia.<br />Aqui, quando silencia, sorrimos.<br />Quando escurece, dormimos calmamente.<br />Quando esquenta, abrimos os braços para acalentar o sol.<br />Aqui, quando morre, renasce.<br />Quando acaba, recomeça.<br />Quando finda, inicia.<br />Aqui, quando parece perdido, mostra o caminho.<br />Quando verte a lágrima, nasce a flor.<br />Quando pergunta pq, nos é dada a resposta.<br /><br />Deu pra entender?<br />Legal, então cabeça pra cima, mente aberta, força nesse coração e levanta sacode a poeira e dá volta por cima... levanta sacode a poeira e dá volta por cima... levanta sacode a poeira e dá volta por cima... levanta!<br /><br /><br />Tem hora que temos que ser fortes - Wagner Mekaru<br /><br />É, tem horas que a gente encontra a essência sem saber.Somos fortes, é fato, mas não sabemos disso.<br />Nos momentos críticos, num assalto, na perda de um ente ou amigo querido, na doença, nas dificuldades para superar obstáculos, enfim, temos que buscar forças em algum lugar.<br />Nestes momentos é muito comum rezarmos, pedirmos, prometermos e buscarmos numa corrida alucinada a cura para todos os males.<br />Como diz a música: "toda vez que falta Luz, o invisível nos salta aos olhos" e o medo então toma forma, nos cegando, fazendo-nos viver um sentimento de desamparo e abandono.<br />Claro que não somos seres perfeitos, até porque caso fossemos acho que não haveria muita razão a existência.<br />Acredito que o mais importante na vida é aprendermos com nossos acertos e erros e vivermos da melhor maneira possível, no sentido de evoluirmos espiritualmente.<br />Inegavelmente somos movidos por nossas paixões e com isso muito sofremos.<br />Dor é uma das sensações ou sentimentos (depende da maneira de enxergar) mais complicadas de nossa existência. Temos tudo e não temos nada. Somos o que somos e não sabemos que somos. Acreditamos no que somos, acreditamos que aqui estamos, ninguém coloca essa questão a prova, até porque isso parece loucura.<br />Sim, sei que já parece discurso de louco, mas principalmente quando beiramos momentos difíceis e falta chão, acreditamos que tudo chegou ao fim, milagres são operados, o vento muda de direção ou simplesmente nada acontece. Baixado a poeira, com calma e discernimento procuramos entender a nossa maneira porque algumas coisas acontecem. Nesta hora, tenha certeza, você está sendo forte, porque já aceitou sua condição de não poder mudar o que passou.<br />Com mais paciência você volta a caminhar e retoma sua vida, porque sabe que há muito para se caminhar.<br />Lembre-se que um dia você engatinhava e quando passou a dar os primeiros passos caiu...mas levantou-se.<br />Lembre-se um dia você foi criança e hoje tem crianças ao seu redor.<br />Lembre-se também que tuas crianças cresceram e hoje decidem o que fazer da vida delas, o Mundo as levou, a casa ficou pequena.<br />Lembre-se também, aquela semente que você plantou hoje é a árvore onde você colhe os frutos.<br />As vezes é difícil não baixar a cabeça, precisamos de uma força extra, precisamos saber que não estamos sozinhos.<br />E não estamos, nunca estamos....Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-221838058905038672006-11-30T18:30:00.000-02:002006-11-30T18:31:12.339-02:00Novela reclassificadaSenhoras e senhores leitores,Abrindo um espaço de prestação de serviços nesta crônica, gostaria de informar a todos que o Ministério da Justiça, divulgou nesta quinta-feira, dia 30/11 que a novela "Cobras & Lagartos", exibida pela Rede Globo de Televisão, que teve seu último capítulo veiculado no dia 10/11 p.p. (adoro esse p.p., que significa para os com menos de 40 anos ou os não formados em secretariado executivo, taquigrafia ou ciências da enrolação, próximo passado... - aliás, venha cá... Ou muito me engano ou próximo tem uma conotação de futuro: o próximo filme, o próximo carro, o próximo, enfim, aquele que ainda não veio, que virá, que vai vir. Não concatena com passado. Próximo passado pode ser gramatical e redacionalmente correto, mas é feio pacas!)Contudo, retomo o importante e vital comunicado.<br />Como dizia, o Ministério da Justiça divulgou nota reclassificando a supra citada novela como imprópria para menores de 12 anos, ou seja, com exibição somente permitida para após as 20 horas."Cobras & Lagartos", que admito não ter assistido por pura impossibilidade cronológica, foi exibida no chamado horário da "novela das 7" e pelo que as moças aqui do departamento contavam, foi muito boa.<br />Ou seja, diante do despacho do Ministério da Justiça, todos aqueles que assistiram à novela, por favor, desassistam.Além disso, a partir do despacho, é obrigatório que, toda vez, que a dita trama for citada, a partir de agora, seja citada como "a novela outrora veiculada às 19h" - é como o Prince, que por alguns anos adotou como nome um símbolo para o qual, além de não encontrar tecla semelhante em nenhum teclado, não havia som par expressá-lo e, então era chamado de "o artista anteriormente conhecido como Prince" - jogadaça de marketing.<br />Será que o Ministério da Justiça está trabalhando no Depto. de Marketing da Central Globo de Produções? De prático, o dito depacho (que nem para uma macumbinha básica presta) impede (até que seja revogado) que a novela seja reprisada no horário do "Vale a Pena Ver de Novo", costumeiramente por volta das 13h ou algo assim.<br />Segundo fontes não oficiais, o Ministéria está pronto para divulgar a nova classificação de outros programas, todos pelo mesmo motivo - cenas de violência - tal como Mundo Animal, Daniel Boone e o jogo XV de Santa Rosa do Viterbo x Atlético Carapicuíba.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-73050029735388135632006-11-29T18:07:00.001-02:002006-11-29T18:07:41.967-02:00DiversidadeTem horas que a gente não precisa perder tempo escrevendo, pois alguém muito competente e extremamente talentoso, fez o favor de produzir uma obra simplesmente fantástica.<br /><br />Esse é o exemplo do dia de hoje. Quando abri o essencial Blue Bus, vi o texto da Marise Araujo - articulista desse site, com textos que se vocês ainda não leram, não sabem o que estão perdendo.<br /><br />No dia de hoje, a escritora coloca que "os talentos florescem onde se promove o respeito a diversidade".<br />Vejam que maravilha:<br /><br />"Nao precisa ser nenhum Papa para descobrir, e dizer lá na Turquia, que está na diferença, no contraste entre culturas, a verdadeira fagulha que move o mundo. Uns, aproveitam para atear fogo e transformam a vida de muita gente num inferno. Outros, param para observar e trazer esses novos pontos de luz para o pão nosso de cada dia. Religiões à parte, o negócio é ter fé nas pessoas e nos talentos que estao por aí, pedindo para serem descobertos ou melhor, incendiados".<br /><br />Continua:<br />"Um estudo da Transitar, empresa de outplacement das mais credíveis, acaba de chegar a seguinte conclusão - a retenção de talentos é mais fácil em lugares que promovem a diversidade entre os seus colaboradores. Sem querer, descobriram a pólvora e a combinaçao mais explosiva que existe. A de que gente combina com gente e as diferenças culturais, em vez de atrapalhar, ajudam as organizaçães a enfrentar os eventuais problemas que surgem com a globalização. "As empresas que aceitam as diferenças raciais, etárias, culturais ou políticas promovem um ambiente em que as pessoas se sentem mais à vontade, com maior abertura de espírito. Isto só vai ajudar os colaboradores a exprimirem-se melhor" - explicam.<br /><br />E no último parágrafo:<br />"Nos dias que correm, as empresas que não quiserem perder a chance de fazer a sua própria história devem aprender, com os seus próprios colaboradores, a melhor maneira de enfrentar o mundo global que está logo ali, ao abrir da porta para um novo dia de trabalho. Talento, conhecimento, abertura para o novo. O conteúdo ao invés da forma. A diversidade cada vez mais a fazer parte dessa nova realidade. O preconceito precisa ser jogado fora. Um bom lugar? Na fogueira das vaidades".<br /><br />Alguns minutos com os olhos deitados sobre esse texto são suficientes para pelo menos algumas horas de reflexão e, quem dera, muitos dias de verdades.<br /><br />Isso dá uma crônica.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-27876546147475110982006-11-28T18:25:00.001-02:002006-11-28T18:25:51.745-02:00Marcas... uma pesquisa<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">O sempre útil Blue Bus traz na data de hoje uma pesquisa do igualmente fantástico Media Post revelando que marcas fortes ativam emoções positivas no cérebro<br /><br />Na íntegra;<br />"Marcas fortes ativam uma área do cérebro envolvida com o processamento de emoções positivas e associada à auto-identificação e recompensas. É o que indicam os resultados de mais uma pesquisa que procura entender as reações dos consumidores diante da propaganda monitorando a atividade cerebral. Desta vez, o estudo foi apresentado hoje por um grupo de pesquisadores na Radiological Society of North America, em Chicago. A ativação dos cérebro por marcas fortes não estava relacionada, no entanto, à categoria de produto ou serviço dessas marcas. E o estudo diz ainda que as marcas fortes foram processadas com menos esforço. As marcas fracas, no entanto, mostraram alto grau de ativação de áreas do cerebro envolvidas com a memória e com respostas emocionais negativas".<br /><br />Que o estudo das marcas, suas sensações e efeitos é efetivamente a nova e talvez uma das mais importantes facetas do universo da Comunicação, não tenho a menor dúvida.<br />Basta saber se os profissionais da Comunicação vão parar de fazer bobagem e perder espaço, como tem feito até hoje (jornalistas x relações públicas, publicitários x marketeiros, jornalistas x jornalistas) e "agarrar esse touro na unha e na raça.<br /><br />Como já disse, entender de marcas é uma coisa tão nova, tão inovadora que dificilmente algum profissional sem que seja o de comunicação está preparado para isso.<br />Entender o quanto uma determinada marca influencia a vida de uma pessoa soa como uma grande bobagem... Ótimo, deixa continuar assim, pois enquanto acham que é bobagem, a gente aproveita.<br />Entender de marcas não é assim tão difícil. O complicado é saber como lidar com elas. Até mesmo pq não existe marca ruim, marca boa, marca positiva, marca negativa. O que existe, conforme diz a pesquisa é marca que desperta sensação boa, sensação positiva ou vontade de vomitar.<br />Entender de marcas é entender como e com qual intensidade toca o "sininho" dentro das mentes e corações quando se fala o nome de uma empresa / de um produto. Se tocar forte, bom sinal.... caso contrário, busca outro cliente meu caro.<br /><br />Volto ao tema... até mesmo pq sou de comunicação e isso muito me interessa hoje e no futuro.</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-14026801397235692122006-11-27T19:09:00.000-02:002006-11-27T19:10:21.328-02:00Sonho...<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">Conheci algumas pessoas que tinham medo de dormir por achar que, bastava fechar os olhos que iriam sonhar.<br />Bobagem... sonho é uma coisa excelente... quisera eu sonhar.<br />Na verdade dizem que todas as pessoas sonham: a diferença é que algumas lembram outras não. Eu sou das que - com raríssimas exceções - não lembro... não por deseja, mas por... ah, sei lá, talvez total incompetência em lembrar dos sonhos.<br /><br />Justamente por isso, leio muito sobre o assunto, me interesso e até passei a conhecer e entender um pouco sobre análise dos sonhos. Entendo tanto que aprendi que sonho não pode ser analisado nem entendido... sonho é para ser sonhado, aproveitado, é etéreo para ser aproveitado e fim de papo.<br />Claro que dá para tirar algumas conclusões, alguns ensinamentos, algumas coisas... mas o melhor do sonho é não saber se ele vai ser sonhado ou não.. a surpresa.<br />E, vamos e venhamos, com total e absoluta sinceridade: alguém aí quer que o seu sonho vire realidade? Querem?<br />Então, me digam: o que é que vcs estão esperando? Acordar?<br /><br />Eu sonhava que caia... agora sonho que vôo.<br />Sonhava que não sabia... agora, vejo que sou inteiro.<br />Vejo matas, sol e cores.<br />Não vejo pessoas, mas sim esperanças.<br />Não vejo rostos, mas sensações.<br />Não vejo momentos, aproveito instantes.<br />No início sonhava que ia acordar.<br />Hoje sonho que quero mais<br />Que desejo voltar<br />Somente para voar de novo<br />Para lugares novos<br />Ver e sentir o novo<br />Quero voar mais<br />Meu medo de cair agora virou tristeza por acordar.<br />Quero trazer meu sonho para a realidade<br />Inverter papéis<br />Voar acordado e sonhar que tenho limites.<br />Quero olhar esperanças e ver pessoas<br />Quero experimentar sensações e ver rostos<br />Quero todos os instantes a todos os momentos<br />Quero não precisar voltar, pq achei o meu lugar.<br />Quer voar comigo?<br />Então vem, não acorda e deixa o sonho acontecer.</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-16164843900724485902006-11-24T18:38:00.000-02:002006-11-24T18:39:12.952-02:00Toda vez que olho, me lembro<div align="justify"><span style="font-family:verdana;"><br />Hoje é dia de Confraria de Crônicas, Contos e Causos do Cotidiano - desfalcados do confrade Manfredini, mas - como dizia o velho taxista - sempre no ponto.<br /><br />Toda vez que eu olho, me lembro - Sérgio Lapastina<br />Nunca fui de usar agenda. Verdade... tirando telefone, data de aniversário e idade, o resto sempre fui de lembrar de cabeça.<br />Poderia inventar um monte de desculpas, asneiras e auto-bajulações para isso, mas em verdade é que - apesar de virginiano - sempre fui desorganizado demais para organizar uma agenda. Portanto, sem escolha, ou lembrava ou lembrava, não tinha outra escolha.<br />Desta forma, acabei desenvolvendo (já entrando na auto-bajulação) uma forma de ajudar a memória. Como sempre fui bom (e nem ainda cheguei no ápice da auto-bajulação) visualmente ficava associando coisas aos compromissos.<br />Traduzindo: sempre deixava algo à vista para me lembrar que tinha que fazer alguma coisa. Daí era o seguinte: ou fazia ou a coisa fica ali e acumulava outra coisa e mais outra e eu tinha que fazer para querer voltar a dormir na minha cama algum dia.<br />Teve uma vez que eu até comprei uma agenda... pena que não consegui colocar alguma coisa que me lembrasse de anotar as coisas na agenda.... Na época eu pensava, que perda de tempo, se é para anotar na agenda que tenho que fazer, faço e pronto.<br />Prático. Eficiente e bonito.... até que pela primeira vez esqueci um compromisso.<br />E o que foi pior, não esqueci o compromisso propriamente dito. Sabia que tinha que fazer alguma coisa, que estava na hora de algo acontecer e não conseguia me lembrar o que era.<br /><br />Sabe, tipo quando vc liga para alguém para contar alguma coisa e depois dos prolegômenos vc simplesmente não lembra pra que é que ligou para a figura... Não adianta enrolar. Esqueceu.<br /><br />Daí a coisa aconteceu. Uma, duas, três vezes. Desespero total e... como?... não senhora não estou ficando velho.. por exemplo, ainda lembro que seu nome é Adélia... Amélia, claro.. é que é parecido, entende.. Adélia, Amélia... praticamente o mesmo nome... muda uma letrinha de nada...<br /><br />Na verdade o que acontece é que a memória da gente vai ficando seletiva. Tem tanta coisa acontecendo o tempo todo que não dá para ficar atento e lembrando de tudo. Daí o melhor a fazer é realmente esquecer.<br /><br />O melhor contudo que não esqueçamos dos amigos, dos amores, das paixões...<br /><br />Talvez seja por isso que gosto muito de fotografia... pois toda vez que olho, me lembro que estive ali, me lembro que vivi aquilo e que hoje, se sou feliz, se sou tudo o que sou, é pq, posso me lembrar com orgulho que te conheci e que não quero te esquecer jamais.<br /><br />Que jamais esquecerei o dia que nos conhecemos... no meio de.. de março... maio, claro. E você entrou com aquela calça jeans... saia? vc estava de saia?.. é... mas a tua blusa branca era a mais reluzent... vc jamais usaria saia com blusa branca?<br />Bem, mas pelo menor era você.<br /><br /><br /><br />Era...Não era?<br /><br /><br /><br /><br />Toda vez que eu olho, me lembro - Wagner Y. Mekaru<br /><br />Toda vez que olho para trás me lembro e percebo o quão longe estou do ponto de partida.<br />Um caminho que não tem volta, um chão que pede para ser pisado, distâncias que pedem para ser eliminadas.<br />Você sabe, há sempre choque, há sempre dor, tudo é parto e nada é fácil.<br />O Medo é uma sombra que sempre beira esse caminho, por mais que se corra, ele sempre está lá. Entretanto, quando a pisada se torna mais firme e a Luz vira horizonte, a sombra fica para trás.<br />No começo era mais difícil, eu concordo. Mas hoje o urso de pelúcia, a chupeta, aquele cobertor, a turma e o guarda chuva não tem mais sentido; você anda inclusive, a pés descalços em cima de brasa ou mesmo de cacos.<br />E eu olho com carinho para a estrada.<br />À medida que a poeira se levanta todos os flashbacks aparecem na tela do meu pensamento. Momentos alegres e tristes. Não há espaço para lamentos, todos eles compõem a sinfonia de minha vida, feita a vários movimentos.<br />Quando olho as fotos antigas me lembro que um dia já fui magro, já não posso abusar como os adolescentes que comem e não engordam, nem do açúcar, que nessa época queimava-se fácil. Hoje tudo se acumula e torna-se peso a arrastar pelas ruas.<br />As paredes a pintar me lembram que tenho onde morar.<br />Os pais e irmãos me lembram que tenho a quem retornar.<br />Nos momentos de angústia é pro alto que se volta meu olhar.<br />Sou sim, como você um eterno Mutante a se transformar.<br />E o caminho?<br />Caminho longo, caminho de pedras, caminho íngreme, mas as placas dizem para não parar.<br />Tornar-se melhor, saber aceitar as diferenças, entender que o outro também tem suas expectativas e caminha.<br />Quero sim me ajudar e assim ajudar o próximo. Não há beleza na miséria. Miséria maior é a miséria de espírito.<br />Mande embora o que está guardado no armário e você não usa mais. Aquelas roupas que já não te vestem, os sapatos apertados, isso tudo ocupa muito espaço.<br />Jogue fora aquele velho sentimento ruim que se alojou no peito e não tem razão de ser. Aprenda a perdoar.<br />Rancor, ódio, ressentimento, etc nada disso vai valer e é apenas fardo a carregar e como diz a música: "quem carrega pedra tem juízo mole..."<br />Sim, somos sim eternos aprendizes e a vida não cansa de nos ensinar; o problema é que às vezes cochilamos na aula e não percebemos como aquilo era importante. A ficha só cai depois, mas você ligou a cobrar.<br />No fim o teu olhar se volta pra estrada novamente e só há um caminho. No fundo você sabe e acredita que vai chegar. Tome um fôlego, continue a caminhar, mas quando olhar para estrada, lembre-se: você nunca está sozinho, você tem companhia nessa viagem, talvez isso te encoraje.</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-41382335102773190222006-11-23T19:03:00.000-02:002006-11-23T19:04:39.554-02:00Um santo remédio....<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">O emerentíssimo Romane me envia um texto, publicado originalmente no New York Times que simplesmente dá novo e total sentido à existência.<br />Segundo a matéria, após anos e anos de intensos estudos, um laboratório francês sintetizou uma droga que aumenta de forma inacreditável a resistência corpórea em absolutamente todos os sentido.<br />A miraculosa droga não somente nos coloca mais próximos do desempenho físico e sexual do Super Homem, como também é uma verdadeira e definitiva arma contra a obesidade, diabetes e uma relação sem fim de aflições.<br />Sob a alcunha ainda ignorada - ou censurada no texto sob puro medo dos resultados caso consumidos por este cronista - este remédio... ou melhor este néctar abençoado usa como sua principal substância ativa um ingrediente somente encontrado no vinho tinto.<br />Veja lá, diz o emerentíssimo que me enviou a solução para todos os meus problemas, se apenas um ingrediente consegue fazer com que dobremos o desempenho físico, a resistência e o humor, dentre outros, imagine o que não nos fará o consumo regrado e sucessivo do vinho em si.<br /><br />Pois bem, por um lado sou obrigado concordar integralmente com o amigo, pois desde os tempos de outrora, o velho Lapastina tinha por hábito verter um copo (taça não era coisa de uomo) de vinho tinto todos os dias. E segundo ele, não havia melhor remédio.<br /><br />Por outro lado, ainda concordando de forma completa e irrestrita, sou obrigado a fazer uma observação: o dito laboratório não conta qual vinho utilizou... se bem que, em estando na França, qualquer "vinho da casa" faz um bem danado.<br /><br />Desta forma, neste espaço, faço questão de relatar aos estimados leitores esta inovação da ciência, de enaltecer o conhecimento humano e de dar os parabéns a todos os cientistas que, tal qual estes franceses, se preocupam em proporcionar melhores condições de vida a todos... Agora, com a licença de todos, dirigir-me-ei à adega mais próxima, pois sabem como é, com esses remédios de uso contínuo é melhor não bobear...</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com1tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-13193762006408856992006-11-22T19:54:00.001-02:002006-11-22T19:54:48.184-02:00Lago ou LagoaO texto de hoje até seria outro, mas devido ao desespero demonstrado pela leitora, colega e amiga (não necessariamente nessa mesma ordem) Emília em sua dúvida, sou obrigado a abrir uma exceção e atender ao pedido.<br /><br />Ela implora que este escriba - ou qualquer outro (para ver o grau do pânico da coitada) - lhe dirima a dúvida: qual a diferença entre um lago e uma lagoa.<br /><br />Indo ao pai dos burros (o que a Emília certamente já deve ter ido... e se não foi pego-lhe na volta) encontramos a definição que lago é a "acumulação permanente de águas em grande extensão numa depressão de terreno fechada" e lagoa é uma "depressão de pequena profundidade, contendo água, algo como um pequeno lago".<br /><br />Desta forma, uma rápida análise diria que lagoa não passa de um lago minúsculo, ínfimo, risível mesmo. Contudo, creio ser melhor nos ater ao fato de que um lago é uma acumulação permanente, enquanto lagoa é uma acumulação que não necessariamente tem as características de eternidade.<br />Ou seja, lagoa seca, lago não.<br /><br />Muitos disseram que o lago seria a formação natural e que a lagoa seria aquela provocada pela ação do homem. Ou vice-versa.<br /><br />Outros diriam e chegaram mesmo a dizer que tudo depende de quem descobriu ou batizou o local. Se homem é lago, se fêmea, lagoa. Contudo, a versão foi rapidamente colocada de lado.<br /><br />Alguns, mais técnicos, levaram sua filosofia para questões mais intestinais do acidente natural (gostaram dessa heim... pensaram que eu tinha cabulado essa aula na 4a série...) e colocaram que a denominação depende da profundidade, da capacidade de armazenamento de água, da temperatura que a água armazenada apresenta, sua coloração e outros meandros químicos que fiz questão de não prestar atenção tamanha asneirice que chegou-se na discussão.<br /><br />Ao final, quando tudo resumiu-se ao fato deste ser um excelente tema para a crônica do dia, duas conclusões foram consenso.<br />A primeira é que como absolutamente nenhum dos presentes iria, em tempo algo, ter a oportunidade de batizar um lago ou uma lagoa, pouca importância a diferença teria, pois iríamos lá chegar e a placa estaria pronta.<br /><br />A segunda, mais contundente, foi que a diferença não tem a menor importância e como a própria Emília não conseguiu explicar o pq de sua dúvida, houvemos por bem encerrar a reunião.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-54982619799729731552006-11-21T18:27:00.001-02:002006-11-21T18:27:45.986-02:00Para matar o tempoUma das maiores angústias da humanidade é o tempo.<br />Se perguntarmos para 10 pessoas como ela administra o tempo, teremos indubitavelmente 10 respostas completamente diferentes. E não adianta, utilizando o jargão dos colegas pesquisadores, aumentar a amostra da pesquisa: para quanto mais gente perguntar, maior será a variedade das respostas.<br />Uns dirão que são escravos do tempo, que é o relógio é que rege suas vidas e seus destinos. Dificilmente dirão que lhes falta tempo, pois se mais tempo tivessem, mais feitores lhes seriam impostos.<br />Outros, os que admitem que lhes falta o tempo, se perguntados se desejariam ter mais tempo, coisa do tipo 25 horas por dia, 8 dias por semana, 13 meses por ano, ficarão em dúvida na resposta. Para esses, quanto mais tempo lhes for dado, mais falta de tempo terão. Puro problema de administração.<br />Para outros, por sua vez, a questão maior é como passar o tempo e é justamente sobre esses que quero falar. Não tenho tempo para os outros.<br />Até mesmo pq, se o tempo é angústia, passar o tempo é dilema.<br />Como é que vc faz para passar o tempo? Primeiro: o tempo não precisa de vc para passar, ele passa querendo vc ou não. Portanto seja como for que vc faz para passar o tempo, acredite, não faz a menor diferença para o tempo.<br />Quantas vezes já não olhamos para o relógio (instrumento abominável) e dissemos:<br />- Ainda 4 horas... ô tempo que não passa.<br />Daí começamos a fazer alguma coisa e, em outra olhada ao dito cujo...<br />- O que? Já são 6 e meia? mas esse tempo voa...<br /><br />Vai entender...<br /><br />E tem um mercado inteirinho voltado aos que desejam matar o tempo. Matar, bem entendido, não no sentido literal da coisa, pois a não ser que você ande, corra e atue na velocidade da luz, sinto, mas quando vc decidir matar o tempo, o tempo passou...<br /><br />Os mais velhos diziam, sabiamente, que o melhor remédio é o tempo. Minha avó sempre dizia: o tempo cura qualquer ferida.<br />Já o irmão dela dizia que o tempo não perdoa ninguém. Vira e mexe o Tio Léo soltava: no meu tempo...<br />Ah, outra boa dica: tempo não tem dono. Portanto a frase, no meu tempo carece totalmente de sentido.<br /><br />Mas, retomando, como fazer para matar o tempo.<br />Isso eu não sei e não pretendo saber. O meu tempo mato como eu quero e não conto o segredo. Conto apenas que para cada segundo que mato, me faltam outros dois.<br />Desta forma, é melhor a gente se decidir: ou nos falta tempo ou estamos matando o tempo, o que não dá é reclamar depois.<br />- Ah, mais isso... tô sem tempo pra nada.<br />- Tudo isso? Nem que o dia tivesse 28 horas...<br /><br />O melhor é fazer que nem um grande amigo e jamais, em tempo algum, nem sob tortura chinesa, perguntar que horas são.<br />Para ele, assim como para todos deveria ser cada coisa a seu tempo.Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-30118146540256643292006-11-21T18:25:00.000-02:002006-11-21T18:27:10.033-02:00Dinheiro... se eu tivesse sobrandoHoje é dia da Confraria de Crônicas, Contos e Causos do Cotidiano... que, aparentemente vai aumentar em breve....<br /><br />Dinheiro, se eu tivesse sobrando... - Sérgio Lapastina<br /><br />Reclamar de falta de dinheiro é coisa de pobre... Até pq rico não reclama disso - fala a verdade, se nada mais fosse escrito depois disso vc ia morrer contente, não iria?<br />Então, se estamos, no texto de hoje, reclamando... é pq assumimos que somos pobres... E, vamos e venhamos, assumir que é pobre é coisa de pobre...<br />O pior pobre é aquele se assume pobre. O pobre de espírito.<br />O pior pobre é aquele que pensa pobre. O pobre de esperança: "pôxa, a mega sena está acumulada em 47 milhão, 482 mil e trezentos reais.... pra mim só os 82 mil resolvia...<br />Pobre... merece ganhar nada... nem os 47 milhões nem os 82 mil nem nada....<br />O que eu gostaria? Sinceramente?<br />Eu queria ganhar não esses 47 milhões, mas queria deixar acumular mais umas quatro semanas e chegar a 70 milhões e aí sim, ganhar e ganhar sozinho.<br />Aí sim, com dinheiro sobrando ia poder ter tranqüilidade para olhar para quem eu gosto, para quem precisa, para quem merece, para quem quer e precisa de ajuda.<br />Mas, perguntam ali na terceira fila, precisa ter dinheiro sobrando para ajudar ao próximo?<br />Depende, respondo eu. Sobrando não precisa ter, mas não pode ter faltando.<br />Não, prezada leitora, não estou sendo egoísta. Veja bem:<br />qual é a base para se promover tranqüilidade? estar tranqüilo.<br />qual a base para se promover a evolução? ser evoluído.<br />qual a base para se promover a confiança? ser confiável.<br />Por isso, digo e afirmo, para poder ser útil a quem precisar, é preciso que estamos utilizáveis.<br />Claro, ajuda não é só dinheiro, não é só financeira, mas é um pão com manteiga para quem tem fome, um copo de água para quem tem sede, um abraço para quem está triste, uma palavra para quem perdeu a esperança.<br />Por isso mesmo. Sim reafirmo, quero ganhar os 70 milhões ou até mais se possível. Quero ganhar para poder ofertar ganhos a quem estiver ao meu lado e estender a mão a quem precisar se erguer e apoiar quem quer subir.<br />Não tenho dinheiro sobrando e não sei se um dia vou ter, mas espero ter sobrando o desejo de ter, pq aí terei eternamente o que de melhor o mundo precisa, que é a crença de que é possível de que vale a pena e de que vou chegar lá.<br />Agora, apenas te respondendo, o que eu faria se tivesse dinheiro sobrando?<br />Sinceramente, não sei... acho que iria gastar um tempo, todo dia, para escrever uma crônica, para ter amigos, para dar risada, para tomar um chopp gelado, para escutar uma música, ver um filme, para beijar minha Gláucia, minha Juliana, minha Carol, meu Guilherme, brigar com a sogra, provocar a cunhada... acho que faria isso...<br />Quê? Mas é justamente isso que eu faço?<br />Então, ia fazer mais... cada vez mais, pq é isso que quero ter sobrando.... além de ganhar na mega sena.<br /><br /><br /><br />Dinheiro, se eu tivesse sobrando... - Wagner Y. Mekaru<br /><br />Sempre que se faz a pergunta: "quanto você ganha?" ou "você ganha bem?", invariavelmente a resposta vem sistemática, afirmando que ganha-se pouco/razoável ou mesmo o popular "dá pro gasto".<br />Raramente encontra-se alguém que admite ganhar bem ou que diga que o dinheiro sobra, talvez para evitar o "olho gordo" ou até mesmo por culpa.<br />O não sobrar obviamente está ligado aos gastos e necessidades que temos e quanto mais se ganha mais necessidades temos.<br />Mas, digamos hipoteticamente que se suas necessidades materiais cessassem , o que faria com o que sobra?<br />Ah, pouparia para o futuro.<br />Elimine isso também, seu futuro, tanto quanto o de seus familiares já foi garantido com saúde, moradia, alimentação, etc.<br />E aí?<br />Hum, ajudar o próximo? Como?<br />Ligaria de quinze em quinze minutos no Teleton? Daria mensalmente donativos a asilos? Distribuiria cesta básicas? Compraria leite para abrigo de menores carentes?<br />Legal!<br />Bom, mas tudo bem, isso é apenas uma hipótese, pelo menos sabemos que se você tivesse dinheiros sobrando ajudaria o próximo.<br />-Disfarce, não olhe agora, mas tem um menino todo mal vestido do seu lado, acho que vai te pedir dinheiro.<br />- Tio, tio! Falta muito pro senhor satisfazer suas necessidades? (e desapareceu numa Luz branca...)<br />Caramba, parece que você não está bem. Quer um pouco de água?<br />Enquanto vou buscar água, senta-se um senhor de cabelos grisalhos apoiado em sua bengala e começa a conversar com você. Após quinze minutos evocando a epopéia daquele senhor, você se cansa e vem me procurar, mas um som estridente metálico lhe chama a atenção; você olha para o lado e vê o rádio relógio piscando e apitando as seis e meia.<br />Não, não é um conto de Natal, muito embora estejamos a pouco mais de um mês dele. Também não era um filme surrealista, era apenas um sonho.<br />- Acorde!<br />Outro dia ouvi uma frase muito interessante que dizia: "assumir novos poderes implica em ter mais responsabilidades."<br />Então vejamos,quando passo da infância a adolescência ganho "novos poderes" com a transformação do corpo e com isso a capacidade de reprodução, logo sou responsável por isso.<br />Quando sou aprovado no exame para motorista recebo um documento que me habilita e me responsabiliza para conduzir veículos, já que ganhei o "poder de dirigir."<br />Se você é promovido na empresa está sendo reconhecido seu mérito e portanto você deve ter demonstrado que aumentou seu leque de responsabilidades. Percebeu porque te cobram tanto?<br />Com o dinheiro não é diferente, ganha-se mais aumentam as responsabilidades até com você mesmo, até porque a tendência é que você fique mais visado.<br />Para terminar a clássica pergunta: "dinheiro traz felicidade?"<br />Acho que não, mas certamente ajuda a viabilizar a construção da estrada pela qual iremos caminhar em busca dela.<br />Não está sobrando dinheiro? Tem muitos dias no seu salário? Calma que isso passa, tenha paciência porque dias melhores virão.<br />Hã? Ah, o que eu faria se tivesse dinheiro sobrando?<br />Bom, acho que iria até a venda ali da esquina e compraria um saco de pipocas para dividir com você.<br />Quer pipoca?<br /><br /><br />Dinheiro, se eu tivesse sobrando... - Manfredini<br /><br />Conheci um senhor que morava ao lado de minha casa quando eu era garoto.<br />Ele era extremamente gentil, cordato, simpático, conversador e passava quase o dia todo e inclusive parte da noite, perambulando pelo bairro, ou sentado num dos bancos da praça falando com alguém, ou ainda num botequim, ao lado de sua casa, embora nunca o tenham visto bebendo.<br />Dê aparência bem cuidada, notava-se seu asseio pessoal bem como o de suas roupas, sempre discretas e adequadas.<br />Sua prosa era culta, instigante, denotando inteligência e todos o procuravam para trocar algumas idéias ou até pedir conselhos.<br />Também sua residência era bem cuidada, bonita, mas sem luxos ou exageros.<br />Segundo comentavam, ele estava aposentado, mas ninguém sabia exatamente qual havia sido sua profissão, sua ocupação e isso dava margem a toda espécie de comentários, especulações e, com o passar do tempo, criou-se uma lenda em torno dele.<br />Diziam ter sido um eminente juiz, outros lhe atribuíam passagem pela docência no ensino superior, onde teria obtido o grau de doutor, alguns o tinham na conta de líder sindical ilustre ou de político brilhante que, desiludido com os rumos do país, que não condiziam com sua posição ideológica, abandonara a atividade.<br />Atribuíam-lhe possuir bons princípios morais em decorrência da postura reservada que adotava em relação aos escândalos que vez ou outra aconteciam no bairro, aos quais nem chegava a dar atenção.<br />Nunca criticava nada e ninguém, nem tinha por hábito falar coisa alguma da família, resumida à esposa, pelo que sabíamos.<br />Não lembro se alguma vez declinou seu nome, mas todos o tratavam por "filósofo".<br />De vez em quando alguém surgia com alguma novidade a seu respeito:<br />- Soube que o "filósofo" orientou o seu Manuel na mudança do ramo de negócios e agora o "portuga" está rico!<br />- Ouvi a dona Marieta agradecendo ao "filósofo" pelas recomendações que passou para a filha sem juízo, parece que depois disso a "malandrinha" tomou jeito!<br />- Eu o vi explicando para o causídico da associação amigos do bairro como aprimorar o estatuto da entidade!<br />- Soube que ele deu uma "dica" ao delegado do distrito e este conseguiu resolver o caso do roubo da joalheria do Freitas.<br />E assim transcorriam aos dias, engordando os casos acerca do mítico e ilustre personagem.<br />O "seu" Antônio, proprietário do boteco, lugar onde o "filósofo" mais permanecia, acabou por se tornar intimo deste e, como seu interlocutor privilegiado, por vezes olhava desconfiado quando um dos freqüentadores surgia com mais um fato espetacular sobre nosso excêntrico amigo.<br />Costumava dizer:<br />- Vão com calma, o homem também não é nenhum santo milagroso ou profeta!<br />Muitos estranhavam a frase, atribuindo-a a uma possível inveja ou dor de cotovelo do taberneiro.<br />Os comentários menos dignificantes direcionados à ilustre figura do bairro, efetuados pelo Tonhão – apelido do dono do bar – foram se tornando mais constantes e contundentes, a tal ponto que numa tarde, um grupo ultrajado resolveu dar-lhe um ultimato:<br />- Ou ele explicava o motivo de suas ressalvas e críticas veladas direcionadas ao "filósofo" ou então se calasse!<br />Ao que prontamente ele retrucou:<br />- Que vida ingrata esta minha, como é triste ser um reles dono de boteco, pois nem posso fazer um simples comentário que todos já se julgam no direito de poder tirar satisfação comigo!<br />- Dinheiro, se eu tivesse sobrando... fechava esta porcaria de comércio e ia embora para minha cidade, para nunca mais ter que agüentar bêbado, gente enxerida, povo mal educado, pessoas de nariz "empinado" e, principalmente, os malditos "filósofos" de boca grande!Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-46219517575863097172006-11-14T18:31:00.000-02:002006-11-14T18:32:27.106-02:00Energia da água<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">Devido à inúmeras questões ambientais e outras econômicas (infelizmente mais econômicas que ambientais... mas isso é tema para outra crônica), diversos aparelhos, equipamentos e coisas foram inventadas utilizando para sua movimentação e funcionamento as chamadas energias alternativas. Sol, vento e tudo o mais cuja essência contivesse partículas geradoras de energias passaram a, literalmente, movimentar o mundo.<br />... bem, falta o equipamento movido a bom senso... mas isso, igualmente, deixo para outro texto...<br /><br />Foi minha amiga, colega de trabalho e de degustação etílica, Cláudia Silva - fanática por blogs e assimilares - que descobriu uma série de equipamentos movidos a água.<br />- Como sra.? O moinho do sítio do seu bisavô já era movido a água? Eu sei, madame, mas o que a Cláudia me mandou não se trata de absolutamente nenhuma moenda, mas sim de equipamento eletrônicos, daqueles que normalmente a gente colocaria uma pilha, bateria ou teria que ligar na tomada para funcionar.<br />Os H2O Water Power são apresentados ao mercado como a mais nova tecnologia limpa, pois dispensam completamente o uso de qualquer tipo de bateria, sendo que o usuário tem apenas que colocar periodicamente água em um recipiente específico para fazê-los funcionar.<br />Ah e a água é normal, torneiral, não precisa ser oxigenada, boricada, especial de forma alguma. É abrir a torneira e fazer o aparelhinho funcionar.<br />O apelo de marketing os coloca como os únicos e autênticos aparelhos eletrônicos ecologicamente corretos.<br />Na linha de produtos estão à disposição dos interessados uma calculadora de mesa, um relógio digital e uma versão deste com despertador.<br />A calculadora, com todas as operações necessárias para o dia-a-dia e o display tem 8 dígitos.<br />O relógio, seja na versão simples ou na com despertador, tem visor com números grandes e todos os ajustes necessários.<br />Apenas, já vou avisando, não vale botar a culpa na Sabesp por chegar atrasado no trabalho.<br />- Pô, chefe... faltou água no meu bairro hoje e o despertador não tocou....<br />Segundo informações do fabricante, a reposição de água deve ser feita a cada dois meses... portanto...<br /><br />Quais serão as próximas invenções? TV? Rádio? Computador? Tudo a água? Sei lá... se tiver - um - a Cláudia me (nos) avisa e - dois - espero que não comece uma nova guerra pela água: um bem já muito disputado e pouco valorizado...<br />Sinceramente, levar água até as casas das pessoas é uma coisa tão complicada que, ao colocar uma torneira num buraco da parede e deste sair água deveria ser uma coisa digna de aplausos.</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-19808544.post-90156254079339188272006-11-13T20:44:00.001-02:002006-11-13T20:44:29.212-02:00Propaganda no M&M<div align="justify"><br /><span style="font-family:verdana;">Pode não ser exatamente a última barreira da propaganda, tendo em vista que usar alimentos para promoção de marcas não é absolutamente nenhuma novidade - afora o fato de que a tal última barreira é algo que, se é que existe, somente está aí para ser quebrada...<br />No meu tempo eram chamados de Confeti (com "i" mesmo), mas atualmente as balinhas de chocolate com casquinha dura e colorida são chamados de confeitos M&M.<br />Aliás, Confeti é do tempo que a gente ia na padaria ou no supermercado e, além deste já citado que vinha em um saquinho amarelo (que era impossível de abrir sem derrubar um monte no chão), tinha também o Delicado que, por sua vez, sumiu do mercado... que será que houve?<br /><br />Mas, voltando à propaganda, agora a empresa ou pessoa que quiser ter seu nome e até mesmo sua imagem gravada nos tais confeitos, basta ligar para a fábrica e encomendar o pedido.<br />Há cerca de um ano a Masterfoods, a fabricante do M&Ms, lançou a possibilidade de imprimir mensagens nos confeitos. Não satisfeita, ampliou a oferta.<br />Agora você pode ter sua marca na marca deles.... Será que aceitam encomendas de concorrentes?<br /><br />Bem, para quem se interessar são 22 cores de M&Ms, disponíveis em diversos tipos de embalagens - felizmente menos aquele irritante e inabrível saquinho.<br />Aquilo, tenho certeza, vinha com algum tipo de explosivo na parte interna, pois era humanamente impossível rasgar aquele plástico de forma adequada e, quando finalmente se conseguia, era bom não ter ninguém por perto, pois era uma chuva de confeitos pra tudo quanto é lado.<br /><br />Se você já tivesse alguma idade para perceber a situação ridícula, tudo bem. Pior é que quando se é criança e, depois de muito custo, se convence a mãe a comprar um saquinho de chocolate, a última coisa que se quer é esperar chegar em casa para abrí-lo.<br />Normalmente a gente abria no supermercado mesmo e, conforme já relatado, o dito cujo explodia e os ditos cujos confeitos iam todos ao chão. Aliás, todos não, sempre ficava um para tirar sarro da tua cara.<br />Daí a vez de explodir era da gente.<br />-Manhêeeeeeeeeeeeeeeee<br />- Ah, não vem que não tem. Eu falei para não abrir aqui, para esperar chegar em casa... Agora....<br />- Manhêêê.....<br />- Não.<br />- Mã....<br /><br />bem.... o resto é história comum de todos...</span></div>Sérgio Lapastinahttp://www.blogger.com/profile/15463372377099112067noreply@blogger.com0