segunda-feira, dezembro 19, 2005

Cartinha para Papai Noel


Querido Papai Noel;
Imagino que você escute com freqüência essa afirmação, mas tenha certeza: este ano fui um bom menino.
Tudo bem que pisei na igreja somente umas três ou quatro vezes. Teve o casamento da tia Ana e as vezes que fui com a tia Beth acompanhá-la na encomenda de missas - admito que não sei se entregaram as missas conforme o encomendado, mas vou dar esse "crédito" ao "fornecedor".
Daqueles 7 pecados que o Papai do Céu mandou não fazermos, admito que não deu para não fazer todos. Mas tudo teve sua devida explicação:
- Ira: olha, Papai Noel, irado, irado mesmo não fiquei. Teve uma vez ou outra.... tá bom, teve um montão de vezes que fiquei put... ops, desculpa, louco da vida. Mas não foi alguém aí do céu que falou pra gente defender nosso ponto de vista, que temos que lutar pelo que acreditamos? Então, se olhar bem, vai ver que, em todas as vezes eu estava apenas "me empenhando no convencimento dos mais incautos". Ah, mas também com tanta coisa que fazem por aí, impossível não ficar pu.. quer dizer, irado.
- Gula: juro que esse eu tentei, juro forte. Mas tem coisas na vida que são mais fortes que a gente. O strogonoff e o pudim da Gláucia, a farofa da Cida.... sorry, admito que nesse ponto, sim, pequei. Mas peraí... também não somos perfeitos não é? Se fossemos perfeitos não precisava aqui tá escrevendo cartinha para pedir meu presente de Natal, mexia o nariz, estalava os dedos ou alguma coisa mágica e pronto, aparecia meu presente...
- Inveja: ah, nesse ponto tirei nota boa. Também, meu caro e bom Noel, passei da idade de ter invejar qualquer coisa de alguém. Aprendi que tudo na vida se tem por trabalho, muito trabalho e desejo de vitória. Nesse ponto, acho que fui bem.
- Orgulho: ok, ok, sou orgulhoso admito. Mas peraí: o orgulho que tenho é do que sei fazer, do que aprendi a fazer e sei que faço bem pra caramba. Não foi alguém aí de cima mesmo que disse que é bom a gente acreditar na gente, ter auto-confiança, auto-estima? Olha tenho um baita orgulho de mim, de como venci na vida, de meus filhos e de tudo de bom que acontece. Tenho mesmo.
- Avareza: sinceramente não me acho ávaro (oh palavrinha, heim). Tenho meu método de ajudar. Não dou esmola, não me comovo com qualquer criançinha pobre, mas estou pronto para ajudar a quem precisar. Posso não ter confiança em todo mundo, mas Noel, nesses dias, isso até que uma qualidade.
- Preguiça: pôxa, preguiçoso não sou. Quando quero uma coisa vou atrás e sai da frente que tô chegando pra conquistar. Ok, gosto de dar uma cochilada sábado a tarde, mas se for levar isso em consideração, não vai dar presente pra ninguém.
- Luxúria: olha, sendo esta um crônica familiar, vamos deixar esse item de lado e dizer que é tudo em nome do bom relacionamento entre os corpos e almas, tá bom.
Caro Papai Noel, acho que entre mortos e feridos, levando em consideração prós e contras, acho que dá para você dar uma passadinha lá em casa e deixar um presentinho.
O que eu quero? Bem, isso é uma coisa que deixo para sua criatividade...