quinta-feira, janeiro 12, 2006

Mensagem de Bolinha



Conta a lenda que, logo após a consolidação de seus ideais, São Francisco de Assis ordenou a seus seguidores que iniciassem uma peregrinação pelo mundo difundindo os princípios da paz e da humildade.
Munidos apenas de suas vestes de algodão entrelaçado, sandálias de couro cru e com muita fé no coração, os freis franciscanos começaram sua missão, levando, aonde quer que estivessem, palavras de conforto, gestos de auxílio ao próximo e alívio aos que sofriam dos males do corpo e do espírito.
Muitos deles, porém, encontravam dificuldades na propagação de seus princípios de fé, justamente pela falta de um item material no qual as pessoas pudessem depositar suas esperanças.
Sendo contra todo e qualquer valor material, os freis franciscanos tiveram que encontrar algo que não ferisse sua doutrina e que, ao mesmo tempo, servisse aos interesses de sua missão.
Foi através de um frei, cujo nome se perdeu no tempo - sabe-se apenas que era um frei muito gordo e caridoso - que a solução foi encontrada. Quando lhe pediram algo que pudesse ser passado nas partes doloridas do corpo, ele arrancou um tufo de algodão de suas próprias vestes, fez uma pequena bolinha, orou, energizou-a e deu ao necessitado com a seguinte orientação:"Toda vez que tiveres alguma dor, alguma angústia, algum mal-estar, segura esta pequena bolinha de algodão e ora, pedindo ao Pai misericordioso que, através deste simples artefato da natureza, possam ser transmitidas as energias e as vibrações necessárias ao alívio de tuas dores e preocupações e que com ele possas encontrar a paz".
Assim feito e repetido este ato, não somente pelo bondoso e avantajado frei, mas por uma série de seus irmãos franciscanos, o algodão passou a ser um símbolo da natureza que até os dias de hoje é um dos principais elementos na prática da medicina, devido a sua pureza e suavidade.
Sempre ficou claro que qualquer propriedade curativa ou intuitiva transmitida pelo algodão, somente seria ativada pela fé da própria pessoa, para que tivesse a capacidade de aliviar as dores, auxiliar na solução de problemas e até mesmo atuar como um talismã de boa sorte.
Com a bolinha de algodão energizada, até hoje é possível praticar essa fé. Se estiver com alguma dor, coloque uma bolinha de algodão sobre o local dolorido ou machucado; concentre-se e, por meio de uma oração, peça para que através dela possam ser transmitidos os fluídos curativos que lhe darão o alívio da enfermidade, podendo repetir a operação quantas vezes quiser.
Se estiver com alguma preocupação, aflição ou dúvida, segure bem forte a bolinha e, orando, peça a orientação necessária, a inspiração e a intuição para que seu problema possa ser resolvido rápida e satisfatoriamente.
Que tudo isso lhe traga sucesso e muita paz!
Ah! Se no final da oração você quiser, pode incluir um agradecimento especial a um certo frei franciscano bem gordinho, que nos mostrou o caminho para sermos simples e naturalmente felizes... a gente agradece.


Para quem não sabe a história de Frei Bolinha, esta era a mensagem que o seu Grupo transmitia.
Para os que pediram, um pedaço de Frei Bolinha, companheiro de São Francisco - uma história de boa vontade - um pedaço, na voz do próprio Bolinha...

– Em nossa Igreja nós não cultuamos nenhum santo em particular - respondeu o frei.
- Sempre foi um altar ao trabalho de Jesus e à Sua mensagem. Nela não colocamos nenhum santo pois todos devem ser louvados em igual. Já consertei muitas igrejas em minha vida. Algumas eram de São Pedro, outras de São Paulo, outras de santos não tão conhecidos. Querem me dizer que São Pedro cuida melhor de suas igrejas do que São Paulo, só porque as de São Paulo estão em pior estado do que as de São Pedro?
– Cuidar das igrejas, de seu bom estado físico e de sua elevação como ambiente espiritual é função dos homens, não dos santos. Tenho certeza de que Francisco não virou santo só porque o Papa assim determinou. A vida deste homem que agora chamam de São Francisco foi totalmente dedicada ao próximo, à caridade e à abnegação aos valores materiais. Não seria agora uma ofensa à sua memória se construíssemos templos para venerar sua imagem?
– Na realidade, pouco me importa se Francisco fez - ou continua fazendo - milagres.. Quero lembrar dele como o amigo e mestre que tive e para isso não preciso de nenhuma construção, nenhuma imagem, nenhum altar. Bastam-me a natureza, a água e o fogo, a lua e o sol, as estrelas e as nuvens, o vento e todos os animais e todas as crianças. Foi por tudo isto que Francisco viveu e é nisso que reside sua força e residirá para sempre sua memória.
– Mas vejo que muitos de vocês não concordam, assim como não devem concordar muitas pessoas em todo o mundo. Mas serei firme: a igreja do Centro da Boa Vontade continuará para sempre sem nenhum santo. Honrará a todos e a Deus, somente. Se querem, entretanto, um local para homenagear a São Francisco, tenham respeito, pelo menos ao que ele pregou em vida. Façam um altar, bem simples, ao ar livre. Cubram com muitas flores e cuidem para que elas sempre floresçam perto dele.
– Jamais passem por ele e orem para São Francisco lhes conceder uma graça. Orem sim para que sejam humildes a ponto de poderem ajudar e aí serão ajudados, orem pedindo que sejam simples a ponto de poderem sempre amar e serão amados, orem pedindo que estejam sempre prontos a dar, para que possam receber, orem pedindo para que possam aproveitar a vida, que a vida os aproveitará.