sexta-feira, janeiro 13, 2006

Papel, o eterno papel

Partamos do pressuposto que o papel é uma coisa tão essencial que extrapola seu próprio sentido material.
Qual o seu papel na vida?
De algumas pessoal é o sulfite: branco, pronto a tudo receber, mas não esqueçam que sua fina borda corta e o corte arde.
De outros é o almaço: igualmente branco, contudo pautado... suas linhas dão as diretrizes e somente os muito revoltados não as seguem.
Para alguns a cartolina: maior, mais dura, mais gostosa de rasgar, perfeita para colar na parede em cartazes e avisos.
Alguns assemelham-se ao pardo: mais rústico, amarrota, mas apto sempre aos embrulhos e pacotes - se bem que na minha época o papel pardo era cor de rosa...
Há os papel de seda: coloridos, delicados, mas adoram fazer-se pipa para sentir o vento na rabiola.
Claro, os carbono: ficam no meio de outros e passam a mensagem de um para outro; contudo nunca da mesma forma.
O papel espelho: de cores fortes, brilhantes, perfeitos para embrulhar presentes. Mal sabiam que seriam os primeiros a serem rasgados, descartados.
O papel moeda: importante, tem valor, mas todo mundo amassa, rabisca e nem sempre dá para se fazer o que quer com ele.
Ia esquecendo, o pergaminho: mais antiquado, tradicional, praticamente artesanal; rasga fácil e tem cheiro.
O reciclado: já foi usado, mas ainda dá para fazer alguma com ele; ganha em charme, mas é grosso.
Papel manteiga: meio translúcido, ótimo para embrulhar assados e ir ao forno sendo descartado em seguida.
Papel alumínio: brilha mas nunca se consegue um pedaço reto.
Há os que são papel higiênico: vêm em rolos, todo mundo sabe o que é, pra que é, tem, não vive sem, mas seu final é trágico.
Papel fotográfico: brilhante, recebe as melhores imagens, mas depois disso ninguém mais dá importância para ele, só para a foto.
Bem, essa relação poderia e até deveria ir além, muito além.
Mas aonde está basta para ver que tipos de papel e de pessoas se assemelham - eu pelo menos conheço umas três de cada tipo...
Mas não vamos também dizer que nenhum tipo de pessoas se assemelhe ao computador: dá para fazer qualquer coisa com ele - mas todo mundo quer a versão mais nova.