sexta-feira, fevereiro 10, 2006

Crônicas

Escrever é um sentimento, mais que uma ação.Escrever é um sentido, tal qual a fala, visão ou audição.Escrever é um dom, igual à paixão.Escrever é um martírio que nem sempre é terminado no ponto final.
Escrever poesias é não se preocupar, fora a rima, fora o tom, fora o ritmo, fora a emoção, fora..... tá legal, é difícil paca escrever poesia, tem que ter o dom.Escrever romance é não se preocupar, fora a continuidade, fora a lógica, fora o espírito... escrever romance é para que sabe.Por isso, apesar de já ter escrito poesia e romance, prefiro as crônicas.
Para ser croniqueiro (como? ah, sim cronista, perdão... mas isso não sou não, sou mesmo croniqueiro) não é preciso muito (perdão Sabino, Lara, Braga, Vieira, Pessoa, Manfra, Wagner...): basta ter olhos para ver o mundo.Escrever crônica é saber pescar no mar do cotidiano. Até para quem se atreve (como eu) o maior desafio é encontrar o tema. Mas uma coisa sou obrigado a admitir: o que não nos falta é tema, motivo, desculpa para rabiscar o papel (como senhora? não é papel? é tela de micro? sim, ok, mas desculpe, sou das antigas e para mim essa coisa de computar não passa de uma máquina de escrever que fez o favor de encerrar o martírio do corretivo, substituído com vantagens pela tecla Delete).
Uma crônica é aquele texto que você escreve solto, gostoso, que ao final se não gostar deleta numa boa e escreve outro (claro que, assim como tudo na vida, depois se arrepende, percebe que o primeira estava melhor, mas agora é tarde....).
Uma crônica é gostosa de ler. Se não for, não é crônica, é texto qualquer. Crônica não tem concorrente, não precisa ter. Se perder a crônica de hoje não tem a menor importância, apesar de que ela é tão gostosa de ler que acaba fazendo falta.Crônica não vai mudar a sua vida, mas vai fazer um bem danado para torná-la melhor.
É isso que espero que minhas crônicas sejam.