quinta-feira, julho 13, 2006

Comunicação não é salvação da lavoura... é a plantação


Há algum tempo escrevi sobre uma respeito de pessoas que acham que a comunicação resolve tudo; pessoas que acham mais fácil rotular como que tal problema fosse da comunicação, quando na verdade ele é um problema de comunicação.
Diferenças? Todas. Afinal de contas, a comunicação - por melhor que seja, por mais abrangente que seja, não resolve todos os problemas.
O que, para ser extremamente sincero, é até bom. Se formos pensar, tem coisas nessa vida que é até bom a gente não saber fazer. Já imaginaram que coisa chata seria saber fazer de tudo...

Por exemplo, uma coisa que comunicação não resolve é falta de informação. Informação é a matéria-prima da comunicação; é sobre a informação e a partir dela que o processo de comunicação se desenvolver.
Não tem informação, não chega informação: não tem comunicação. Afinal de contas, vamos comunicar o que, cara pálida?

Já li análises de muitas pesquisas de clima, pesquisas de necessidades, estudos disso e daquilo. Todas apontam, invariavelmente, mais de dois problemas. Se vocês encontrarem alguma avaliação que aponte apenas um problema, joguem fora: está errada.
Toda pesquisa aponta sempre a questão da falta de comunicação e a insatisfação com a questão salarial como problemas e, a partir daí, alguns outros, quaisquer outros - provavelmente os problemas reais. Esses dois são o que chamamos de problemas standard, básico... como a roda está para o automóvel, a batina para o padre, o osso para o cachorro... deu pra entender?

Nunca ninguém estará satisfeito com o que ganha. Não importa se é salário mínimo ou milhão, o valor não faz a menor diferença. Pergunte: você está satisfeito com sua remuneração? Se alguém falar sim, estou; interna, pede pra sentar e chama a carrocinha, sei lá... normal não é.
Solução para isso - não para a loucura de achar que ganha bem, para essa não tem, mas para ganhar mais tem algumas: ganhar no loteria, casar com viúva rica, ser o único herdeiro de um tio com campos de petróleo na Arábia ou - como eu, que não tenho a menor chance de acertar mais do que dois números na Mega Sena, já sou casado e meu único tio na categoria "a falecer" tem mais conta pendurada na padaria que salame - resta a opção de trabalhar.

Para a comunicação, coisa que também ninguém nunca está satisfeito, também não adianta esperar milagre. Se não tiver informação, se não tiver contato e vontade, esquece. Não vai ser o fato de entupir seus colegas com boletins, jornais, e-mails ou seja o que for que vai fazer ninguém se sentir mais informado.
Até mesmo ao contrário: quando tem muita revista antiga na mesa o melhor a fazer é dar um tapa e jogar fora.
Como dizia meu velho professor: se o jornal de ontem só serve para embrulhar peixe na feira, imagina a revista da semana passada.
E outra coisa: se fosse realmente importante, tenha absoluta certeza que você já saberia.

A informação tem o incrível poder de se auto-propagar, queira você, goste você ou não. Aí sim é que pode e deve entrar o profissional de comunicação, que se não fosse formado em jornalismo, relações públicas, propaganda, marketing ou afins, seria peão de rodeio; pois tem que laçar a notícia, domá-la e fazê-la andar nos trilhos desejados.
Isso é comunicação.

Como, vc quer saber como é que se faz isso?
Bem, até te conto, mas primeiro me diz os números que vão dar no próximo sorteio da Mega Sena e como é que um peão de rodeio fica 8 segundo montado em um touro bravo, que te explico. Topa?