segunda-feira, julho 24, 2006

A odisséia do sofá - 6

Sei que todos pensaram que eu iria acabar essa novela na semana passada - eu pensei, mas sabe como é a criatividade... quando o fato fala mais alto...
Bem, mas hoje termino... talvez.

Sei é que o sofá acabou subindo. O jogo todo. Um de cada vez. As poltronas pelas escadas e os maiores pelas escadas. Todos, felizmente passaram intactos por toda a experiência e foram colocados na minha sala.
Já não dá para dizer o mesmo da sala. Mas, vejamos pelo lado bom da coisa, aquele vaso eu já não ia mais mesmo com a cara dele, no canto da parede (ou sendo mais sincero, nos cantos das paredes) nada que uma massa corrida não resolve e o pé da mesa de jantar qualquer carpinteiro recoloca.
Mas tudo isso não importa. Importa é que lá estavam eles. Lindos. Novinhos, brilhantes e confortáveis, prontos para receber meu corpo estirado sobre seus ....
- Dá pra levantar Asderbaldo!
- Que?
- Querido, o sofá novinho e você se deita? Quer, por favor, ser mais cuidadoso?
- Desculpa... é que... tudo bem, vai.
- Ai amor, não é lindo?
- Realmente. Olha que demorou, mas valeu a pena. A sala ficou um show.

Tanto show que minha amada esposa não esperou e convidou a minha sogra e suas irmãs para ver. Tudo bem, era noite de festa. A reforma estava oficialmente acabada e eu podia aproveitar o retorno de meu lar.
Tudo o que eu queria era tomar um banho, um refrescante banho para lavara até a alma e começar uma nova vida.
Não lembro bem qual foi a música que cantei no banheiro. Muito provavelmente alguma italiana, sei lá, não importa. Importa que estava tudo em ordem.
Estava.

Foi simples sair do banho, colocar uma roupa confortável e ir para a sala aproveitar meu jogo novo de sof.............
- É... boa noite... turma.

Minha sala parecia um estádio de futebol em dia de final de campeonato. Juro que tinha parente que eu não conhecia e minha mulher jura até hoje que é do meu lado da família - para mim era bicão, mas.......
Sei que tive que ir comprar pizzas e refrigerantes e passei a noite sentado em um dos banquinhos da cozinha da vizinha, gentilmente emprestados para a ocasião - claro que em troca de um convite para participar da apresentação do sofá à família: ela e seu marido que, convenientemente, estava recebendo um primo distante para o final de semana.

O final da saga, caros leitores, poderei contar n'outro dia; em um dia talvez que possa passar a todos o como é bom sentar no meu sofá novo, pq hoje somente posso afirmar, com total e absoluta certeza que o banquinho da cozinha da vizinha é duro como pedra.