quinta-feira, outubro 05, 2006

Imprensa : eterna amiga


Repassando uma notícia que mostra exatamente o que acontece, muitas vezes mascaradamente, muitas vezes sem tanta transparências, em muitos casos, em muitos momentos

"BOLÍVIA DIVULGA LISTA COM JORNALISTAS 'INIMIGOS DO GOVERNO: A ABI, agência de notícias estatal boliviana, divulgou ontem uma lista de "inimigos do governo", com nomes de jornalistas e proprietários de meios de comunicação que fazem oposição a Evo Morales. A divulgação da lista marca mais um episódio da difícil relação entre o presidente e grande parte da imprensa do país. Segundo a agência, os jornalistas citados "criticam as 'tentações totalitárias' de governos populares que enfrentam o império", em uma referência aos EUA".

Será que no dia-a-dia da necessidade da informação, simplesmente ser contra é motivo para ser considerado inimigo?
Tenho constantemente escrito que me deixa triste o fato de que a Imprensa dá mais espaço para o negativo, para o problema do que para o positivo, do que para a solução. E completo afirmando e reafirmando que não aceito como desculpa disso "ah, mas se essa é a verdade, ela tem que ser dita".

Verdade - concordo 100% com ela - é o que?
Verdade é que está faltando água? Ora, basta abrir a torneira e ver. Não preciso da rádio, da tv ou do jornal para me informar disso.
Preciso sim da Imprensa e do Jornalismo para me informar pq é que está faltando água ou melhor, que tivesse me informado antes que iria faltar água e quando é que ela vai voltar. Isso é informação, isso é serviço, isso é formação da sociedade através da informação. Isso é responsabilidade.
Se faltar água sem aviso, sem motivo, pode - por favor - descer a lenha, pode criticar. Era obrigação da empresa informar que naquele dia, naquele horário, por tal motivo, o abastecimento teria que ser interrompido - uma obrigação partilhada com a Imprensa para informar e completada pela Sociedade em se manter informada.
Nada de achar que a notícia tem que ir até o leitor/ouvinte. Este também tem que se mexer oras...

Agora, rotular este veículo é amigo, este é inimigo, este é legal, esse é feio.... aonde estamos? em que mundo chegamos a viver?
Me lembra alguns momentos da história recente em que pessoas que ocupam cargos outorgados pelo povo optaram por não atender a imprensa simplesmente pq achavam (e provavelmente ainda acham) que os jornalistas não iriam agradá-lo... que podia vir alguma crítica.
Quem tem medo de críticas? Quem não gosta de críticas?
Ora, por favor...

Mas, já que o modelo pode vir a pegar desse lado da fronteira, permitam que me adiante.
Da minha parte a lista da imprensa inimiga é e sempre será igual a um conjunto vazio - tem uns ou outros que abusam.... que exageram... que podiam colaborar um tiquinho mais,.... mas, até aí, a serem colocados como inimigos, tem uma enorme diferença.

Até mesmo pq, se não fossem as páginas dos jornais e das revistas, as emissoras de tv e de rádios e as telas dos sites, me contem: como é que a gente ia se informar? Com o carro do Pamonha de Piracicaba?