sexta-feira, outubro 20, 2006

A Nova (?) Moda dos Seriados de TV

A Nova (?) Moda dos Seriados de TV - Sérgio Lapastina
Um dia um amigo que entende do riscado afirmou categoricamente que existe uma razão muito lógica para o mundo ser redondo. Segundo o sábio: tudo volta.
Pior é que se na hora não acreditei, agora tenho que voltar à lembrança para dar a mão à palmatória. Tudo volta, absolutamente tudo.
A nova moda é adorar seriados de TV. Nova? Nova aonde?
A única diferença das séries de hoje em dia - tirando, claro a questão da tecnologia de produção - é que você não precisa assistí-las: basta esperar um pouco em comprar em DVD para assistir tudo como a um longo filme.
Mas, em verdade nem isso é novo, pois todas as séries antigas já estão em DVD. De Jeannie é um Gênio e A Feiticeira à Jornada nas Estrelas e Havai 5.0, tem tudo em DVD.
Isso somente faz a gente pensar em uma coisa: o mundo é redondo.
Contudo, meus caros, sabem o que efetivamente mais gosto nas séries é da trilha sonora. Já que citei a dita cuja, quem não lembra da música do Havai 5.0? Do tema da Jennie, do Jornada nas Estrelas.... fala a verdade, não que a gente assistisse pela música, mas eram muito melhores do que as de hoje em dia.... que primam pelo roteiro, pela tecnologia, mas em termos de trilha são bem fraquinhas.
Eu adorava as séries que passavam na Record. Segunda era Bonanza, terça Laramie, quarta Chaparral, quinta Laredo, sexta era..... que que era sexta mesmo? Mas sábado era James West.
E antes disso tinha a série da melhor das trilhas já criada:
No velho oeste ele nasceu
E entre bravos se criou
Seu nome em lenda se tornou
Bat Marstenson,.... Bat Marsterson.

A série em si era meio fraquinha, mas ô letrinha legal... inspirada os moleques de 10, 12 anos que queriam ser heróis do velho oeste, entre bravos índios serem criados e ter o nome em lenda.... Pena que depois de tudo, a gente fica sabendo que o nome, para se tornar em lenda, a gente tem que morrer antes.... Tô fora.



A Nova (?) Moda dos Seriados de TV - Wagner Mekaru
Quando o Lapastina sugeriu o tema desta crônica fiquei preocupado, afinal minhas referências de seriado reportavam-se aos anos oitenta.
De fato, não acompanho muito as séries atuais, mas pensando bem, vejo algumas coisas sim, talvez não tão atuais, mas...
Lembro de um grande número de séries que passavam nos 80’s, entre elas: Belami, Bareta, Esquadrão Classe A, Miami Vice, Profissão Perigo, Kojak, Mulher Biônica, O Homem de não sei quanto bilhões de dólares, etc (algum, claro, oriundo dos anos setenta).
Tinha como sempre, para todos os gostos, aí incluídos o gênero Faroeste: James West, Bonanza, passando pela ficção: Elo Perdido, Perdido no Espaço, Além da Imaginação (até mesmo o Acredite se Quiser com o Jack Palace, aliás não era ele que fazia aquela série A Ilha da Fantasia? Olha o Avião....)
Não poderia deixar de mencionar os seriados de super heróis como Batman (isso, com Adam West, um Batman que precisava malhar) Homem Aranha, O Incrível Hulk, O Besouro Verde, este último co-estrelando Bruce Lee no papel de Kato; a crítica dizia ser um papel menor para o mestre do Kung Fu, eu particularmente nunca fui fã de artes marciais (sim sou do Paraguai), gostava da série.
Calma, sei que ao citar Super-Heróis, não podia ficar apenas na esfera americana. Fez parte do imaginário de muita gente os enlatados japoneses: Goldar, Robô Gigante, A Família Ultra (Ultra Seven, Ultramen, Ultramen Go, etc), Nacional Kid (este não assisti) e no fim dos anos oitenta os Changerman e Jaspions que particularmente não tinham a mesma graça dos "latões japoneses".
Cabe aqui outro parêntese, já que essas séries de Super-Heróis, a exceção desses dois últimos que citei são produções da década de sessenta. Como no Brasil o advento da popularidade de canais de televisão demorou um pouco mais, houve um atraso na aparição dessas séries por aqui.
Apenas para fechar essa sessão nostálgica vale mencionar uma produção latina que há mais de duas décadas faz sucesso no Brasil: O Chavez, pensando pela precariedade e pelos parcos recursos com que foi rodado é admirável essa série mexicana manter-se viva no imaginário do público até os dias atuais.
Bom, mas chega de tirar teias de aranha do baú. Falemos dos novos seriados.
Tenho percebido que alguns seriados atuais têm que ser acompanhados na íntegra desde o primeiro capítulo, caso contrário não se entende nada da história. (caso do Lost), particularmente acho isso ruim, porque não te permite chegar atrasado para acompanhar, em suma você tem que ser fã de carteirinha da série.
Acho que seriado bom é aquele que contém uma história nova a cada capítulo e que te permita entender o que acontece apesar de não assistir a todos os capítulos.
E por falar em história, houve um boom a partir da década de noventa onde se passou a focar bastante os comportamentos e relacionamentos de uma maneira geral (Friends, Barrados no Baile, até mesmo algumas produções nacionais como Os Normais e Aspones).
Alguns amigos criticaram Sex and City (que nem é uma série tão nova) dizendo ser voltado para o público feminino, preconceitos à parte, já que, apesar de enfocar a vida de um grupo de amigas fala sobre angústias pertinentes ao dia a dia das moças (que bem poderiam ser da família de qualquer um), descobri há pouco tempo um seriado que seguindo a lógica seria voltado para o público masculino: Fantasias de Homem Casado, (sim, o nome é esse mesmo - com novelas de nome Bety a feia, Pícara Sonhadora e Café com aroma de mulher porque não esse?) um seriado que enfoca um grupo de amigos alguns casados (claro), onde um tenta pular a cerca, mas não consegue, outro que vive pulando a cerca, mas as vezes se questiona a respeito e os solteiros que não entendem os casados. Quem tiver interesse é uma série que passa no SBT de madrugada, mas não tenho certeza o dia.
Acho que é uma nova maneira de encarar o público, pois continua existindo (e nunca vai faltar público pra isso) quem queira apenas entretenimento, diversão, etc.
Nesse campo há boas produções, mas de modo geral não sei o nome já que em sua maioria conservaram seus nomes em inglês ou em siglas, assim para não ficar em branco destaco apenas CSI que foca investigações criminais baseado na ciência forense.
O que gostaria de destacar mesmo é a abordagem que se faz no dia a dia das pessoas, ou seja, passamos a ser "personagens" das tramas, seja num Plantão Médico, ou no Escritório (Aspones), ou com os filhos que estão crescendo (Confissões de Adolescente/Anos Incríveis – na verdade todos adultos hoje), nos relacionamentos de um casal (Os Normais – tudo bem, de maneira bem humorada), enfim, um grande número de séries para todos os gostos.
Não dá pra dizer que os seriados hoje são melhores que antigamente ou vice-versa, acredito que houve evolução, mas para cada momento da história da humanidade cabe sua maneira de manifestação artística.
Novos tempos, novas temporadas, novas séries, novos comportamentos. Tudo muda, até você muda, ou muda de canal, ou dá uma zap, desliga e vai ler um livro.
Não deixe a Carga Pesada demais, vá se divertir, se distrair, porque essa é a hora. Hora de relaxar.
Boa diversão!

A Nova (?) Moda dos Seriados de TV - Carlos Manfredini

Você deve ter achado estranho este título, não é mesmo?
Eu também, mas não havia outro mais apropriado.
Além disso, para quem gosta de escrever – mesmo que não domine o ofício muito bem – o processo ocorre de um jeito característico.
Surge um tema ou uma idéia na mente e não há como fugir, tem que desenvolver aquilo e colocar no papel, para aliviar a tensão estabelecida.
Entretanto, para que possa falar dessa nova moda, devo esclarecer algumas coisas para os prezados.
Primeiramente, a invasão de seriados que ocorre atualmente na televisão brasileira, em especial nos canais por assinatura, não é novidade. Quando garoto – e olha que já faz tempo – eles existiam em quantidade considerável.
Rapidamente consigo contabilizar meia centena deles e lembrar de alguns:
- Lassie, Rin Tin Tin, Os Waltons, Papai Sabe Tudo, Ivanhoé, Star Trek, Columbo, A Feiticeira, James West, Bonanza, Combate, Missão Impossível, Rota 66, Kung Fu, Daniel Boone, A Noviça Voadora, etc.
É certo que tínhamos duas diferenças significativas naquela época: só existiam alguns poucos canais de TV, todos de sinal aberto e as séries em voga eram muito, mas muitíssimo diferente das atuais.
Se melhores ou piores, não sei. É uma questão de gosto, de visão de mundo, de foro íntimo, de valores, de opinião, sei lá.
Espero conseguir fazê-los entender este meu ponto de vista singular, sem que aparente saudosismo ou me tomem por retrógrado, embora não pretenda que concordem com ele.
Aqueles seriados antigos a que me refiro eram singelos, calmos, serenos e seus temas giravam em torno da família, do amor, da amizade, do dever, do heroísmo, da própria superação humana em prol dos valores morais e éticos.
Mesmo os de ação, de aventura, ou criminais, passavam pela devassidão ou pelas mazelas humanas somente para a contextualização da história, de seu percurso narrativo, para ressaltar que o bem tem que vencer o mal.
Quando ocasionalmente o roteiro exigia o ato sexual, este surgia espontâneo, em complemento à trama e, muita vez, insinuado, o que, convenhamos, é até mais excitante do que sua explicitação.
Os cenários podiam não ser bem planejados e não existiam efeitos especiais, mas a fotografia e os enquadramentos eram geniais, as paisagens deslumbrantes, o ritmo adequado e as seqüências bem elaboradas.
Fazendo uma analogia, pense numa boa música e noutra péssima.
Compare, por exemplo, o Bolero de Joseph Maurice Ravel com um funk qualquer. As duas tem som, ritmo, mas só a primeira possui a harmonia musical, a disposição bem ordenada de suas partes, com acordes bem encadeados segundo as leis da tonalidade e do cromatismo, mesmo primando pela simplicidade.
Tudo bem que "funqueiros" não tenham a menor idéia do que vem a ser isso, mas quem tem não consegue se sujeitar ao barulho.
Com os seriados acontece algo similar!
Os atuais não buscam uma harmonia entre tema, história, diálogos, cenas, etc.
Mesmo deixando de lado a forma e atendo-me ao conteúdo, noto que nenhum deles procura transmitir à audiência uma mensagem, qualquer que seja ela.
É só sexo por sexo, violência por violência, terror por terror, com o intuito único de chamar e prender a atenção dos incautos telespectadores.
É a tal da ligeira Indústria (anti) Cultural.
Muitos acham que está tudo bem, mas a exposição contínua a isso não parece ser saudável para mentes em formação ou em desenvolvimento.
Depois não adianta reclamar da criminalidade, da desagregação familiar, da postura da juventude, das inversões de conceitos, do desequilíbrio, da depressão, da solidão.
Ao final da exibição de um desses novos filmes seriados, um sujeito normal deve ficar com uma sensação de vazio, de perda de tempo, de inutilidade, de futilidade.
Será que se divertiu?
Duvido!
No máximo gastou suas horas!
Ainda bem que existe o controle remoto, mas sinceramente, penso que faltam opções de mediana qualidade.
Aí desligo a TV e vou passear, ou ler, ou ouvir boa música, ou conversar, ou dormir.
Sendo assim, não tenho como enumerar, nem citar os nomes, nem comentar os seriados atuais.
Representam-me uma mesmice sem par e quem viu alguns já viu os demais.
Seletivamente apaguei da lembrança as frustrantes experiências que tive com os atuais seriados.
Desculpem a involuntária acidez!