quinta-feira, novembro 09, 2006

Seminário sobre Desafios

Escrevo a crônica de hoje (na verdade a de ontem e anteontem) diretamente do Seminário Internacional de Saneamento Básico e Desenvolvimento que a Sabesp está promovendo em São Paulo, com o sugestivo subtítulo de Desafios para este Século.
Após dois dias de palestras, troca de conhecimentos e de cartões de visita (aliás, preciso lembrar de pedir mais.... é incrível como a gente gasta cartão nesses eventos), ficou a certeza de que o nome do seminário estava corretíssimo: levar a consciência de que saneamento básico é um dos fatores que irá indicar o desenvolvimento ou não de uma sociedade neste século é um verdadeiro e total desafio.
Mesmo com todas as campanhas, com todos os esforços, com todo o investimento realizado, ainda existe uma enorme barreira a ser vencida: a conscientização.
Saneamento é ainda , para a maioria das pessoas, sejam do setor ou não, sinônimo de obras, de cano enterrado, de levar água e coletar esgotos. Para poucos é sinônimo de saúde, meio ambiente e qualidade de vida. Felizmente é possível encontrar alguns, poucos é verdade, mas alguns que entendem que saneamento é sinônimo de desenvolvimento sustentado, de progresso econômico, de tomada de decisões.
Muitos ainda duvidam que quando uma empresa está para tomar a decisão de implantar uma nova fábrica, o fato da cidade ter ou não abastecimento regular de água tratada, coleta e tratamento de esgotos é decisivo.
Poucos ainda não acreditam que o fato de ter uma empresa de qualidade reconhecida e certificada cuidado dessa questão é sim fator escolha.
Alguns sabem que não se pode optar pela empresa que melhor trabalha, mas sim pela empresa que mais tem condições de proporcionar os avanços que a sociedade necessidade, avanços não para um futuro distante, mas para um futuro que está acontecendo no próximo minuto.
O maior dos desafios para este século não estará na tecnologia, na informática ou na engenharia... áreas que se desenvolvem queira a humanidade ou não. Até ontem achava que o desafio estava na educação e na comunicação, áreas que precisam das pessoas para acontecer.
Hoje tenho absoluta certeza que o maior dos desafios está nas próprias pessoas, no desejo destas em se tornarem melhores não para as futuras gerações, mas para esta geração; melhores para si mesmas.
O maior dos desafios deste século está na compreensão do papel de cada um no que pode ser feito (no presente)(agora)(já) para que consigamos continuar a construir o dia-a-dia.
Infelizmente não temos mais tempo (apesar do tema para uma crônica que meu amigo Odair me presenteou hj pela manhã e que usarei em breve) para pensar em tempo algum que não seja a agora. E isso não é de todo ruim.
Por anos vivemos olhando como o passado era melhor.
Por algum tempo vivemos no desejo de um futuro melhor.
Por todo esse tempo esquecemos que se o presente não for excelente, o passado de nada valeu e que o futuro não terá nem como existir.
O desafio para este século é viver este século, é querer que as construções sejam edificadas de forma a nos dar abrigo para que possamos dormir a noite de hoje e acordar no dia de amanhã (que será um hoje) para viver este dia com qualidade.
Confuso? Talvez, mas somente pq estamos acostumados a querer o melhor no futuro, mas esquecemos que para isso, temos que construir o melhor hoje, que o futuro é conseqüência do desafio vencido hoje
O seminário acabou, mas esses dias foram valeram pela consciência de que é preciso vencer os desafios agora.
Esses dias foram vencidos.