quinta-feira, janeiro 11, 2007

Das férias 3

E vira pra cá, vira prá lá... pelo menos até onde eu entendia o que a Kahuna Teresa dizia.Chegou uma hora que achei melhor desistir de tentar compreender e ir no instinto... Afinal de contas para quantos lados eu poderia virar deitado na maca?
Pois bem. Cheguei ao final do que seria uma relaxante massagem mais estressado do que havia começado. Tudo o que eu queria era sair dali.A Kahuna Teresa então voltou a me cobrir com o lençol gigantesco e disse, dessa vez com a voz um tiquinho mais alta para que eu entendesse.- Agora, vou tirar o lençol e quando acabar o senhor pode se levantar.
Bem, pensei, se ela não tivesse dito esperava que eu fizesse o que? Saísse de lá levando o lençol?Mas uma surpresa ainda restava: ela simplesmente não tirou o lençol: foi puxando o maledeto devagarinho devagarinho, segurando na parte de baixo - nos meus pés - e fazendo ele deslizar suave e irritantemente sobre meu corpo.
Alguém aí já sofreu tortura chinesa? Tailandesa? Qualquer "esa"? Pois bem, foi horrível... Image um lençol fazendo ondinhas por sobre seu corpo, fazendo cócegas, trimiliques, arrepios e todos os tiques que podem - e foram causados - por esse escorregar... Triplique e você terá idéia da metade da sensação que vivi.
Findado o martírio, levantei e a Kahuna:- Precisa por o chinelinho de palha...
Pôxa, acabei de lembrar... preciso voltar ao hotel para pegar a sandália que deixei ao sair correndo do spa....

quarta-feira, janeiro 10, 2007

Das férias 2

O primeiro ato da Kahuna Tereza foi colocar um lençol sobre meu corpo. Plenamente dentro das normas e regras da massagem terapêutica normal.
- Xi, ficou pequeno...
Sem saber o que ela queria como resposta, limitei-me a um sorriso amarelo.
- Vou pegar outro.
Ela volta com um lençol tamanho EXGG-L e lança-o sobre mim.
Imediatamente após tudo estar plena e quase hermeticamente fechado, ela puxa o lençol para descobrir metade do meu corpo para iniciar a massagem.
- Uai, se era para descobrir... pq não ficou com o lençol pequeno mesmo... - mas apenas pensei: não tive coragem de verbalizar tendo em vista que ela começava a me apertar os calcanhares.
- Agora o senhor relaxa e vai ..... a .... enquanto eu faço a .....
- Como é que é?
- Shhhhhhhhhhhhhh, fale baixo... o senhor precisa relaxar enquanto..... eu..... na sua...
- O que?
- Shhhhhh.
- Mas é que eu não estou escutando o que...
- Shhhhh
O maledeta que parecia uma rolha de poço medieval (e apertava com a força de uma tenaz) começou a murmurar algumas coisas que, segundo ela, eram para me relaxar.
Agora, vem cá, fala sério: tem alguma coisa que irrita mais do que uma pessoa balbuciando frases que você não entende e, o que é pior, enquanto fal alguma coisa na minha sei lá o que?
- O senhor .... agora.
- Minha filha, eu não tô escutando... quer que eu faça o que?
- O senhor se vi.. agora
Efetivamente tinhamos um problema de comunicação estabelecido.
Por dois segundos pelo menos dezenove coisas que começavam com "vi" e que eu poderia fazer naquela hora passaram pela minha cabeça.
Apostei em uma.
- Virar?
- Por favor.
Ah, se eu tivesse tanto sorte assim na Mega Sena acumulada...
continua.

terça-feira, janeiro 09, 2007

Das férias 1

Uma das férias.
Uma bela tarde, depois de cinco dias com dois jogos de vôlei e três de biribol por período, finalmente o joelho deu o ar se sua graça. Ou melhor traduzindo, a dor de minha agonia.
Sorte que no belíssimo hotel em que eu me hospedava havia o serviço de massagem relaxante ou estimulante - conforme a necessidade da clientela. No meu, apesar de precisar da tal estimulante, o dia estava mais para a relaxante.
Hora marcada e lá vou eu para o spa (chiquérrimo não acham). Me atende uma proeminente atendente que, com a voz suave como uma uva, pede que eu vá até a sala ao lado e aguarde a Teresa.
Eu, crente que a dita Teresa seria uma daquelas massagistas que a gente só encontra em hotel e que daria, de uma vez por todas, solução ao meu joelho, recebo uma Kahuna (igual à 99,7% dos leitores desta coluna, eu também nunca fui ao Havaí, mas já vi em filmes aqueles sacerdotes que insistem em usar uma tanguinha de folhas cobrindo parte da saliente barriga. Usem a imaginação e vocês vão lembrar de algum kahuna... 1,38 de altura e 138kg de peso... imaginaram... pois bem, tinha uma na minha frente).
E o pior: ela segurava um chinelinho de palha, que tentava - em vão - imitar uma Havaianas (detalhe, eu morro de aflição no meio dos dedos e por mais que não deformem, não soltem as tiras e não confiram chulé: eu não uso Havaianas).
Contudo, todavia, entretanto... diante da Kahuna de braços esticados com aquela coisa na mão dizendo com toda suavidade do mundo: Coloca isso aí! Não tive outra escolha a não ser colocar a dita nos pés.
Bem, pensei, é só para me levar até a sala da massagem.
Mas, antes disso, ela me esticou um roupão e mandou colocar.
- Tem?
- Coloca.
Pus e ela me levou até a sala da frente. Literalmente 1,64 passo distante da sala em que estava e disse.
- Tira o roupão!
- Mas eu acabei de...

De roupão tirado, deitei na confortável cama/maca (que coincidentemente tem as mesmas letras apenas mudando a ordem.... crônica também é cultura gramatical!) e a Kahuna me cobriu com um lençol, me jogou um treco pesado sobre os olhos e disse para aguardar.
Felizmente a Kahuna não era a Teresa.

Começa uma musiquinha suave, relaxante,,,, lembrando água caindo e escuto passos leves entrando no ambiente, fechando a porta e dizendo com uma voz angelical.
- Seu nome é Asderbaldo, não é?
- Sim e, pelo que ouvi, o seu é Teresa.
- Exatamente, vamos começar?
- Claro!

Sorrateiramente, dei uma puxadinha na venda para ver a forma angelical da Teresa e o que vi...ai, a Kahuna estalando os dedos
continua

segunda-feira, janeiro 08, 2007

O mercado de estimulantes.... quem diria: brochou!

Se estivéssemos conversando há alguns anos... uns 30 anos, hoje seria o dia da redação "Minhas Férias".
Daí eu iria contar sobre as viagens, os amigos, as brincadeiras, as aventuras, o que vi e o que fiz.
Como hoje é hoje mesmo, não tem como, a redação vira crônica e o dia acaba sendo tão inspirador quanto as férias e, por isso, vou contar tudo o que aconteceu nesse fim de ano ao longo do ano - aliás, bem lembrado, para quem não vi, não falei ou esqueci: que 2007 seja um ano fantástico; permita-me desejar que você seja, em todos os sentidos, feliz.
Até ia falar de algumas coisas legais e engraçadas que aconteceram, contudo uma manchete da Gazeta Mercantil acabou roubando a inspiração. Diz o periódico: Mercado de impotência cresce menos.
Ou seja, o mercado que é para "fazer crescer", está flácido... está, digamos, apresentando dificuldades para mostrar a mesma rigidez de anos anteriores.
As empresas, na excelente e séria matéria, mostram seus números e seus planos, mas o que se pode ver é que, efetivamente, o geral está em queda. A culpa é atribuída à impossibilidade de haver uma comunicação massiva dos produtos - tá vendo, é como sempre disse, comunicação é tudo, é vital, é fundamental... quem não se comunica, literalmente, brocha.
Uma outra possível interpretação é de que o brasileiro está precisando menos do incentivo farmacêutico para o bom desempenho de suas funções - diferente do restante do mercado latino-americano que, segundo o texto, consome cada vez mais o dito estimulante.
O pessoal aí da primeira fila retruca dizendo que o que houve foi uma maior conscientização do consumidor. Segundo a senhora de saia bordô, hoje somente compra quem realmente precisa e não mais os curiosos ou os que pretendem "turbinar" o ato.
Particularmente, me solidarizo com os maridos das senhoras que usam saia bordô: vocês realmente precisam de algum estímulo extra...