sexta-feira, setembro 29, 2006

Falando de responsabilidade


Com algumas coisa na vida a gente pode brincar. Na verdade, com muitas até deve brincar... caso contrário dificilmente agüenta o tranco.
Algumas vezes até com a própria vida a gente pode brincar. Não com a vida propriamente dita, mas sim com o fato de se estar vivo - que, sejamos sinceros, é um conceito extremamente relativo.
Agora, uma coisa que de forma alguma se pode brincar é com a qualidade de vida: a brincadeira deve ser uma proposta para melhorar a qualidade de vida, nunca nada diferente disso.
Por isso que não consigo entender algumas ações de certas pessoas que, imbuídas de um poder que lhes foi temporariamente outorgado, usam de sua visibilidade para tomar decisões que colocam em dúvida mais do que sua responsabilidade: a sua sanidade - ainda pior em certos períodos quadrianuais, no esgotar da outorga do dito poder, despejam aos quatro ventos o que bem lhes vier à cabeça (figurativamente falando, é claro) na tentativa de obter uma prorrogação da concessão.

Algumas vezes dá vontade de, após ouvir algumas de suas bravatas e fanfarrices, chamá-los ao canto e perguntar se realmente estavam falando seriamente.
Por exemplo, quando algum outorgado exclama que irá buscar para a operação dos serviços de saneamento de uma cidade uma empresa melhor e mais competente que a Sabesp - ok, ok, eu sei que é fácil para mim falar da Sabesp, afinal de contas conheço esse Gigante e sei do que é capaz e que, tal qual todo gigante, em um primeiro momento assusta, mas quando se conhece direito se vê que é um parceiro que, mais que todos, se deseja ter ao lado.

Algumas vezes, como todos, a Sabesp encontra dificuldades e barreiras. A estas, tal como já foi dito, não demonstra outra ação que não a de enfrentar, superar e vencer. Talvez seja justamente isso que tanto assusta a alguns que, mais fracos, não encontram formas de competir a não ser cavando buracos na vã esperança de que em algum deles, a Sabesp torça o pé.
Pois saibam, que são justamente nesses buracos que a empresa coloca todas as pedras que retira das barreiras que encontra e, desta forma, não somente caminha, prossegue, avança, mas pavimenta o caminho para que atrás de si não fique nada que possa estragar as suas conquistas.

Algumas vezes é simples dizer que o Gigante é autoritário, que cobra o que quer, que faz o que quer, que age da forma que quer. Pois bem, sabem qual é a defesa da Sabesp? É continuar fazendo, pois os resultados de seu trabalho falam mais alto que qualquer resposta.
Pois alguns querem que outros não mais tenham a Sabesp.
Hoje de manhã, em um bate-papo que - felizmente - jamais será levado à realidade, disseram-me que uma vez, apenas uma vez, seria muito bom que realmente a Sabesp atendesse ao pedido de retirar-se somente para ver, logo logo, um sentido pedido de socorro, ao som de algum bolero melancólico...

Volta, perdoa... não imaginava que tinha a situação que tinha somente por tua causa. Não sabia que manter é duplamente mais complicado, caro, custoso, difícil do que obter o que somente com tua ação, presença e empenho, havíamos conseguido. Por isso volta, por isso esquece que um dia te chamei de opressora e toma conta da água de meu povo, afasta o esgoto de minhas crianças e recupera o rio que corta minha cidade. Apaga de tua memória as palavras de agressão, os atos transloucados e os documentos apressadamente assinados, todos foram rasgados, eliminados, assim como a saúde, os empregos, a qualidade de vida em minhas ruas foi posta a perder. Vem, volta a agüentar as críticas de um processo que somente os calos de tua alma agüentam.
És fácil te criticar, Sabesp. Difícil é lembrar de ti quando a água sai da torneira, mas se somente por um momento ela faltar, ah, deixa que eu xingo. Pq faltou, pq parou não sei e não quero saber, és tua a obrigação de me dar água mesmo que a culpa pela parada tenha sido minha que não li no jornal que ias fazer hj a lavagem de um reservatório para assegurar que a água que eu recebo seja de primeiríssima qualidade.

Bem, hj chega, mas acho que na semana que vem, vale a pena relatar alguns casos que expressam o quanto o serviço público é maltratado pelos que, pelo prazer de ser contra, acham que podem falar qualquer bobagem.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Pilhas recarregáveis

Descobri um dos mais fantásticos lançamentos da história da humanidade e que vem resolver um dos mais profundos problemas do ser humano.
Hoje em dia ninguém vive mais um segundo sem energia (sim... eu sei que ar, água e alimento são fundamentais, mas se a geladeira não estiver funcionando, meu camarada...), o que torna duas coisas na vida essenciais: tomadas e pilhas. Como tomada a gente só encontra grudada na parede, as pilhas acabam se tornado a grande salvação.
Daí inventaram as pilhas alcalinas, para durar mais e depois as recarregáveis, para durar um montão. Continuava apenas o problema de vc ter que ter o carregador para colocar na tomada (olha a parede de novo sendo necessária.... logo, logo vou acabar achando que o essencial não é energia, mas a parede).
Bem, o sempre útil Blue Bus me informa que acabam de lançar as pilhas que podem ser carregadas na porta USB seu computador - para aqueles que, como este analógico escriba, descobriu que existia a tal porta USB há alguns meses, a tal entrada assemelha-se à tábua de salvação de tudo que vc quer ligar no computador e não sabe como.
Basta, no momento da compra do periférico (nossa, chique... periférico..) perguntar se tem saída USB. Se tiver compra, se não tiver, faz cara de superior, vira as costas e vai em busca de outro que tenha - normalmente dá certo.
Bem, a tal pilha, chamada de USBCell tem algumas vantagens, como não ser descartável (o que é inteiramente bom para o meio ambiente), não precisa de carregador, mas só vem - por enquanto no tamanho AA - mais conhecido como pilha pequena (a pilha palito, vulgarmente chamada de pilha do controle remoto, é AAA - o motivo de terem escolhido a letra A para especificar tamanho de pilha é um mistério que, provavelmente, jamais será desvendado...).
Não consegui uma foto da pilha e aí a imaginação começa a formar a imagem daquele palitinho metalizado e da tal conexão USB e, não sei vocês, mas eu não consegui juntar os dois - pelo menos não em um formato lógico que coubesse em algum aparelho.
Mas, quem é que disse que a pilha é para ser usada? Disseram que a pilha existia e que poderia ser carregada na porta USB, não em que tipo de aparelho poderia ser usada, se é que poderia - talvez tenham inventado uma solução para não mais ter problemas de descarregar as pilhas, afinal de contas, se elas não podem ser usadas não vão descarregar... incrível.
Outra coisa não confirmada é se a tal USBCell ganha uma "vidinha extra" se colocada no congelador.
O que? Vc vai me dizer que nunca colocou uma pilha no congelador para ela dar uma "recarregadinha"? Duvido... e caso nunca tenha feito, sinto informar: vc nunca viveu.
O único problema era quando eu colocava a pilha no congelador e, em seguida, alguém enchia o dito cujo com algum coisa mais adequada para lá estar e eu esquecia a pobrezinha. Meses depois, quando iam descongelar a geladeira (sim, nessa época não existia essas coisas modernas e práticas e vira e mexe a gente tinha que descongelar a geladeira: o que era uma alegria pois caia umas pelotonas de gelo e a gente podia brincar com elas.... coisa que as crianças de hoje não fazem) encontravam a pilha completamente congelada, completamente inutilizada e toca a gente tomar pito da vó.

Como? Ah, sim, quando a gente lembrava de pegar a pilha no congelador ela estava com uma carguinha que dava, pelo menos, para usar por mais uma horinha... sei lá pq, mas dava certo.

terça-feira, setembro 26, 2006

Lista


Ontem disse que não gostava de relógios - mantenho.
E também não gosto de listas.
Não pela lista em si, mas pq até hj não vi uma que não desse problema.

É impressionante, mas toda vez que vc se propõe a fazer uma lista (seja do que for, de convidados para o aniversário da sua enteada, de salgadinhos para o churrasco.... seja do que for) alguma coisa dá errado. Ou vc esquece alguém ou alguma coisa, ou reclamam da prioridade, ou não gostam de onde vc pendurou a lista... coloquem isso na cabeça: lista é rolo.

Se for fazer uma lista de convidados para algum evento, alguém vc vai esquecer. Até hj lembro do meu avô contando que viu, reviu, revisou e releu a lista dos convidados para o casamento de minha mãe. Depois de umas trezentas conferidas, distribuiu os convites e no meio da festa (que foi na casa dele) recebe um telefonema de alguém dando os parabéns aos nubentes mas dizendo-se extremamente magoado pelo fato de ter sido olvidado para a celebração e que nunca mais iria sequer falar com ele. Meu avô nunca soube quem foi - o que não lhe fez a menor diferença pois nunca sentiu falta de nenhum bate-papo.

Lista de convidados também tem o problema da ordem...
- Quem vamos chamar?
- Ah, amor, pega papel e caneta... vamos ver.
- Aqui, está, então.. tem a minha mãe, minha irmã...
- Pq é que vc sempre começa pela sua família?
- Tem a sua mãe, a sua irmã, o seu cunhado, a sua tia...
- Agora não adianta mudar. Vc realmente é fogo, Asderbaldo. Vai, continua com a sua turminha.
- O Armando, a Flávia..
- Vc não vai convidar essa biscate na frente da minha mãe!
- A sua mãe, a sua irmão, o seu cunhado, a sua tia....

Se for fazer a lista de compras, tenha certeza que basta entrar em casa para perceber que deixou de comprar alguma coisa. E o pior é que - invariavelmente - vai ser alguma coisa completamente banal, cotidiana e que, na sua despensa, tem exatamente a quantidade de nenhum exemplar. Como é que fomos esquecer disso?

Uma excelente lista publicada na revista Época dessa semana mostra os santos responsáveis por bênçãos e recuperações para enfermidades em partes específicas do corpo. Tem de tudo, de hemorróidas a furúnculos... mas o Ilídio tinha que reclamar que não colocaram o santo para unha encravada.

Enfim, se for fazer uma lista ou esteja absolutamente preparado para ser criticado ou nem faça.

- Asderbaldo, vc esqueceu a Tia Cotinha.
- A sua mãe, a sua irmão, o seu cunhado, a sua Tia Cotinha, a sua...

segunda-feira, setembro 25, 2006

Desisto de relógios


Decididamente tem uma coisa que eu desisti completamente de tentar entender - não, antes que venha algum engraçadinho dizer que sou metido a entender de tudo: eu não entendo de tudo, mas raramente desisto de tentar entender alguma coisa. Portanto, se eu desisti dessa é pq não tem como entender.
Já escrevi alguns textos sobre a questão do tempo, mas agora, oficialmente, desisto de entender os relógios.
Já há algum tempo desisti de usar relógios. Foi um antigo editor meu que disse que naquele fatídico momento em que coloquei um "X" na opção Comunicação Social - Jornalismo, no vestibular, estava na verdade abdicando de tudo que fosse relacionado a tempo - a não ser o horário de fechamento do jornal, da revista, do programa: desse nenhum jornalista escapa.

Mas, voltando ao ininteligível objeto que marca as horas (o que já é um conceito relativo, tendo em vista que, a partir do momento em que cada relógio marca uma hora diferente, é um objeto além de tudo no qual não se pode confiar - sim, hj estou a fim de acabar com essa raça chamada relógio), cheguei a conclusão de que a única coisa para qual ele serve é para nos lembrar que estamos atrasados - e, como todo bom virginiano, como eu odeio estar atrasado, não me agrada nem um pouco algo que fique me lembrando do atraso.
Ah, dirão, mas o atraso é culpa sua, não do relógio.
Pois não é não, respondo. Hoje de manhã, por exemplo, o estrupício do despertador não tocou e se não fosse algum anjo passar e me acordar, muito provavelmente estaria até agora debaixo das cobertas (o que até não seria uma má idéia, mas.... como tenho contas para pagar no final do mês...).

Levantar atrasado, em plena segunda-feira é o caos anunciado. É um tal de pular da cama, tropeçar, quase cair de boca na porta do banheiro, se jogar dentro do box e ligar o chuveiro e somente então lembrar que a água leva uns segundinhos para esquentar.
Obviamente, depois de todo o estardalhaço que você fez e do palavrão que soltou debaixo da água fria, o resto da família (e muito provavelmente do prédio, quiçá do bairro) nem mais precisa de despertador.
O banho é mera força de expressão e somente quando você tenta colocar a camisa é que se lembra que não enxugou as costas. Fala sério, alguém aí já tentou colocar uma camisa com as costas molhadas? É impossível.
Mas, graças a seu senso de planejamento (na segunda? de manhã? semi ressacado? atrasado? aí forçou heim....) vc consegue se aprontar em tempo.
Com os dois minutos que você ainda tem não custa nada ver pq é que essa porcaria do rádio relógio não despertou. A hora? Tá certa. A hora do alarme? Tá certa. O volume do rádio? Certo.
Enfim, vc chega à única conclusão lógica possível: ele não tocou pq não quis tocar.

Daí, vc chega no trabalho... felizmente sem atraso e qual a primeiro e-mail que recebe: um fiel leitor de seus textos, que viu sei lá aonde que lançaram um relógio todo esquisitão, que tem os números dispostos como se fosse uma cartela de bingo e que vai mudando de cor conforme passam os minutos e as horas.
Como vc não consegue imaginar como deve ser essa traquitana, guarda o link para, na hora de escrever a crônica, ser mais preciso com os leitores.

Exatamente na hora de escrever vc percebe que, na pressa se esqueceu de copiar alguma parte do link e a internet simplesmente não acha a página. No site de busca (deixo no genérico que não ganho para fazer propaganda gratuita do Google) vc coloca relógios e encontra um monte de modelo maluco... incrível mas parece que relógio é meio que fetiche, meio tara, meio compulsão, meio obsessão... quem começa a gostar de um, não para mais.

Por isso, meus caros, a partir de hoje quero decretar minha independência dos relógios e que não mais vou me importar com as horas e desta forma poder viver mais....

Quê? Já é tão tarde...
Olha, desculpa gente, tenho que ir, amanhã termina a crônica, desculpa heim...
Pô, custava alguém ter me avisado que já era tão tarde....
Vocês também, heim.... que coisa...

sexta-feira, setembro 22, 2006

Dia do Tietê

Hoje é o dia do rio Tietê. Em praticamente todos os veículos de comunicação, espaços foram abertos para a questão, sendo que a grande maioria foi muito correta na abordagem da questão: algo que me faz abrir a crônica com um agradecimento e com esperança.

Agradecimento, pois, até há pouco tempo, há muito pouco tempo, bastava falar sobre o rio Tietê que tudo o que se lia, via ou ouvia era poluição, descaso das autoridades, investimentos feitos em vão e a necessidade de uma maior cobrança por respeito à sociedade e ao meio ambiente.
Bem, de forma alguma quero dizer que qualquer um destes itens não seja mais realidade e não seja mais necessário - aliás, muito ao contrário - contudo, é reconfortante verificar que depois de quase dez anos batendo na mesma tecla, os concretos e verdadeiros resultados das ações realizadas estão aparecendo e alguns outros vilões estão sendo cobrados.
Depois de US$ 2,5 bilhões (sim, isso mesmo, dois bilhões e meio de dólares) convertidos em canos e tubulações, em estações de tratamento e em sistemas de esgotamento sanitário, o rio tem menos poluição.
E, além disso, após prêmios e reconhecimentos, o Projeto Tietê - considerado um dos programas ambientais mais bem gerenciados de todo o mundo - tem a sua continuidade assegurada.

Mas como é que esse cronista tem a cara de pau de falar isso, será que ele não passa na marginal e vê que o rio inteiro ainda é um grande esgoto a céu aberto?

A resposta é que sim, eu ando na marginal e vejo que o rio Tietê na área urbana, quando cruza São Paulo, mais ou menos até Pirapora, ainda está completamente poluído, atrapalhando a vida na cidade.
Mas também vejo que a mesma pessoa que me fez a pergunta, joga papel de bala na rua pela janela de seu carro e não me admiraria em saber que, a fim de economizar alguns poucos reais, não tem ligação de esgotos em sua casa, deixando que estes sejam jogados na sarjeta.

A poluição do rio Tietê tem três fontes: esgotos domésticos, esgotos industriais e sujeira de ruas.
A primeira está sendo atacada de frente e com responsabilidade - só não vê quem não quer ver. Agora, não adianta não jogar esgotos no rio em São Paulo, se o Tamanduateí e outros rios e córregos que desaguam no Tietê chegam nele totalmente poluídos...
A segunda, os esgotos industriais, também está com um bom controle, pois as leis ambientais estão mais rígidas (por vezes até demais) e hj em dia, empresa irresponsável ambientalmente não tem seus produtos comprados na prateleira do supermercado.
Já a terceira, a sujeira das ruas, depende sim de uma ação efetiva de limpeza pública, mas também depende fundamentalmente de uma mudança na atitude das pessoas.
Ou será que alguém acha que o papel de bala jogado pela janela do carro vai ser abduzido por algum disco voador que limpa a cidade?
Quando é que os estudiosos, os doutores cientistas, ao invés de ficar falando mal do trabalho de despoluição, vão usar suas tão sublimes inteligências para descobrir uma forma mais lógica de disposição de lixo que não um saco plástico na rua à espera de um caminhão para recolher?

Um dia, um grande amigo me disse que o rio é o termômetro da qualidade de vida de uma cidade. Hoje em dia fico contente em ver que, se isso for verdade, São Paulo está menos doente - mas ainda inspira cuidados.
O que queremos com o Projeto Tietê: que o rio Tietê volte a interagir com a sociedade de forma positiva, talvez nem venhamos a nadar ou pescar, mas que seu leito possa voltar a ser utilizado para transporte, suas margens para lazer e que o metro quadrado na marginal seja valorizado.

Isso depende da continuidade do trabalho que está sendo realizado, mas também depende de você, de mim, de todos nós. Depende de entendermos que temos nossa parte, que esgoto na sarjeta é poluição no rio, que sujeira na rua é poluição no rio, que carro com escapamento desregulado é poluição no rio, que educação é vida e esperança de vida melhor.

Não sei se concordo muito com a máxima que o mundo que nossos pais e avós nos deixaram, mas sim acredito que tenhamos que nos preocupar com qual o mundo deixaremos para nossos filhos e netos - pode ser que dê na mesma, mas me faz pensar no futuro e não olhar para o passado.

quinta-feira, setembro 21, 2006

Garfo de dedo


Fazia tempo que achava nada estapafúrdio para comentar... estava fazendo falta...
Mas, retomando a série: como é que eu vivi até hoje sem isso? - e sempre com a colaboração do inestimável Blue Bus.

Garfos de dedo, a ultima moda em festas e bufês, estão sendo vendidos como um acessório útil e prático. Feitos de aço inoxidável, o par custa pouco mais de 7 dólares
O uso é simples e prático: basta inserir o dedo em uma espécie de anel que vem logo abaixo do garfo (esse anel substitui o cabo). Daí, para comer, basta dobrar o dedo (fechando a mão) e usar o braço como cabo do garfo. Se esticar o dedo duas coisas vão acontecer: (1) o corpo do garfo encosta no dedo e não cutuca o seu vizinho de mesa e (2) você suja o dedo com os restos de comida do garfo.
O site que divulgou a notícia diz que o único problema de usar é que você pode ser confundido com o Edward Mãos de Tesoura - no caso seria o Mané Mãos de Garfo.
Segundo pesquisa deste cronista, não está previsto - pelo menos para este ano - o lançamento de faca ou colher no mesmo formato. Contudo, até 2009 o fabricante já está providenciando o maquinário necessário para a escumadeira, a concha e a espátula de dedo.
Agitada, a concorrência promete para antes disso o lançamento do copo e o prato de punho.

Tudo isso me lembra que temos cada vez menos tempo para uma refeição decente durante o dia. Não sei quanto a vocês, mas por aqui tem um monte de self-service e em todos a comida é absolutamente igual.
E quando digo igual, digo igual mesmo, ou seja, o pudim de leite e o espaguete a bolonhesa tem exatamente o mesmo sabor do bolinho de espinafre... sem contar que o gosto destes é incrivelmente semelhante ao do suco que é dado gratuitamente.

Sem contar que é bom vc dar uma olhada detalhada nos talheres, pq eles até podem vir dentro daqueles irritantes saquinhos plásticos, mas já encontrei de tudo neles... o mais comum é mancha de batom.

Com os garfos de dedo, cada um vai ter o seu e pronto, basta comer, tirar do dedo e lavar em casa.... que genialidade.

quarta-feira, setembro 20, 2006

Frei Bolinha na TV Aparecida


Acabo de chegar de Aparecida.
Fui conceder uma entrevista para a TV Aparecida, programa Sabor de Vida, sobre o Frei Bolinha. O programa, profissionalmente produzido por uma equipe jovem e extremamente competente, tem um formato simples, mas direto - deu saudade dos velhos e bons programas de tv... hj em dia, infelizmente, restritos ao Todo Seu do Ronie Von, exibido pela TV Gazeta - para o qual também já tive o prazer de ser convidado e para o mesmo assunto.
A apresentação do Sabor de Vida fica a cargo do Padre Josafá que soube fazer perguntas inteligentes e fez de pouco mais de cinco minutos de entrevista, um confortável bate-papo, informativo, esclarecer e muito eficiente.
Dizer o que, além de parabéns.
Dizer que tolos são os que pensam que programas em formatos simples são ineficazes. Tolos são os que pensam que não é possível obter resultados com a participação nesses programas.
Saí de Aparecida não mais do que três e meia da tarde, cheguei em São Paulo e, ao abrir a caixa postal do livro haviam - cinco mensagens, sendo três para compra e duas de interesse pela história.
Ah, é pouco, cinco mensagens não quer dizer nada.... dirão alguns.
Pois não concordo de forma alguma. Cinco pessoas se interessaram por uma história contada em cinco minutos de um programa. Cinco pessoas pensaram na mensagem do Frei Bolinha e quiseram participar. Cinco pessoas que com absoluta certeza irão propagar a história, a mensagem, por muitos... a obra está sendo efetivada.
Tolos são os que pensam apenas em investir em divulgação de massa - que de forma alguma pode ser esquecida.
Acreditem que uma palavra dita para os ouvidos certos, pode mover montanhas.
Não sei se é por influência do Padre Josafá ou pela força de sua equipe ou pelo espírito de Aparecida ou pela sensação fortíssima da presença do Frei Bolinha ou pelo cansaço da viagem ou pelo agradecimento ao Alemão que me possibilitou essa oportunidade.... mas estou acreditando que temos esperança.

Ah, e aproveitando o e-mail para compras, informações sobre o livro é o
freibolinha@hotmail.com

terça-feira, setembro 19, 2006

As Chaves - 2

É incrível como um assunto pode render...

Dois comentários sobre a crônica de ontem, sobre as chaves, me chamaram a atenção.
Um deles, recebido logo pela manhã de hoje, dizia da coincidência do tema ter sido "chaves" justamente no dia em que o pobre coitado esqueceu as chaves de casa aqui na empresa e teve que ficar uma hora e meia esperando a esposa chegar em casa para que pudesse, como era e é de seu direito, adentrar ao lar.
Pois é Júnior - credo... esse começo de frase até me fez lembrar os antigos programas de rádio para os quais os ouvintes escreviam pedindo conselhos amorosos: Pois é, Amélia, esse seu marido parece mesmo estar aprontando alguma... e fala a verdade, amiga, essa sua priminha é bem safadinha, não é mesmo. Olha, se eu fosse você, ficava sim de olho nos dois e não iria nesse churrasco de forma alguma. Inventa uma boa desculpa como uma festa da empresa.....
Alguém aí lembra do programa Xênia e Você? Pois é...
Bem, mas voltando ao coitado do Jr. que ficou uma hora sentado na soleira de casa esperando a patroa, tudo que tenho a dizer é que é por esses motivos que a gente pensa como é que nos filmes o pessoal sempre deixa uma cópia da chave no vasinho de violetas, debaixo do capacho... só em filme mesmo...
Outra coisa que você poderia ter feito, caro leitor, é ter ido visitar o velho Almeida, o dono do buteco da esquina. Fala a verdade, uma hora e meia sentadinho, quietinho, calminho esperando a mulher chegar... isso é que é marido.

Ou então, você poderia ter tido a mesma idéia do Manfredini, que fez o segundo comentário da crônica de ontem:
Amigo Sérgio, por essas e outras que, muitas coisas, eu deixo destrancado.

segunda-feira, setembro 18, 2006

As Chaves



Ao contrário de meu colega, Prof. Dr. Wagner Mekaru - cuja crônica os amigos terão a oportunidade de ler logo abaixo - o meu problema não está exatamente na quantidade de chaves que sou obrigado a carregar diariamente. Não que sejam poucas, mas a principal questão é que o chaveiro que tem a chave da porta que eu preciso nunca é exatamente o que se encontra no meu bolso.
Tentei, como ele, separar as chaves por similaridade de uso... vã tentativa, pois de alguma forma ou de outra todas as chaves acabam se relacionando. Incrível como a chave do cadeado do carrinho de compras do meu prédio tem tudo a ver com a chave do armário de remédios do escritório... por favor, não me perguntem agora como é que foi que cheguei nessa relação, sei que, após algumas horas as duas tinham que estar juntas para o bem da humanidade e, separadas, minha vida praticamente não tinha mais sentido.
O mesmo se deu com as chaves do cofrinho do meu filho. Sua relação com a chave do cadeado da corrente do porta-bicicletas era algo praticamente palpável... como é que eu não tinha reparado antes?
A solução era carregar todas... o que se mostrou fisicamente impossível. Não pela falta de bolsos nas calças - aliás, escapando rapidinho do tema, alguém já reparou no absurdo de bolsos que as calças tem hoje em dia? Até poderia ser legal, mas qualquer dia preciso perguntar pq é que as calças que mais tem bolsos são justamente as de elástico na cintura... e, bem, a equação bolso + conteúdo = peso, não combina com elástico... se é que me entendem.
Outra coisa sobre chaves que me intriga é se existe ou não alguma estratégia de segurança para elas. Algo do tipo, não carregue a chave da porta da frente de sua casa com a da entrada de serviço - se vc perder uma, sempre vai poder entra em sua casa. A desvantagem é que, invariavelmente vc vai subir pelo elevador errado: se estiver com a chave da frente vai pegar o elevador de serviços e vice-versa.
Bem, então vamos carregar as duas juntas.... mas se eu perder fico de fora de casa.
Mas peraí: tanta preocupação pq? Quantas chaves vc já perdeu na vida? Seja sincera, não deve ter sido um número absurdo.
E, falando a verdade, o pior de tudo não é perder uma chave, mas achá-la. Sabe quando vc, depois de alguns anos, decide fazer uma limpeza na gaveta de seu armário... qualquer gaveta e lá no fundo, bem lá no fundo, encontra uma chave.
Uma chave qualquer, simples, sem absolutamente nenhuma marcação de onde, nenhuma dica de qual porta, gaveta ou caixa ela um dia serviu para abrir.
Independente da poesia, seu primeiro ato é abandonar a arrumação da gaveta (ufa... escapou) e sair enfiando a chave em tudo que é fechadura que encontra pela frente. Sem contar os comentários
- Mas isso é chave de gaveta, não de porta.
- De forma alguma, eu já vi essa chave é de alguma caixa mais ou menos desse tamanho e que estava dentro do armário lá da casa da minha avó, em Pirapora do Bom Jesus.
Como é que uma chave do armário da casa da avó de seu cunhado iria parar no fundo de sua gaveta de meias é algo que você decide ser melhor não descobrir...
Em resumo, após algumas horas e diversos debates familiares, você volta ao quarto e, deitado, fica olhando para aquela chave até jogar ela num canto do quarto e esquecer do assunto.
Dois dias depois você está que nem um retardado, de barriga no chão do quarto tentando pegar a chave que foi parar debaixo da cama pq lembrou que aquela porcaria era a chave da caixa de seu jogo de damas. E quando finalmente consegue, sai procurando a chave do armário onde está o jogo - encostado desde que a chave da caixa foi perdida.

Ah, só para terminar... a chave não era da caixa do jogo de damas...


Sérgio Lapastina está em http://slapastina.blogspot.com/

As Chaves - Wagner Y. Mekaru

Já reparou quantas chaves carregamos?
Da casa, do portão, do cadeado da janela, do escritório, do carro, etc, etc.
Eu, particularmente carrego um molho onde estão as chaves do escritório, da minha casa e da porta do meu prédio, que raramente uso, pois esta última costuma estar trancada somente de madrugada. Carrego também um chaveiro onde vai a chave do carro e o alarme.
Os chaveiros também tem um sentido interessante; algumas pessoas não ligam, mas a maioria gosta de um belo chaveiro mesmo que seja brinde ou algum tipo de propaganda.
Voltando a saga do claviculário, tenho também um chaveiro do Perú, onde nunca fui, mas ganhei de um grande amigo que me trouxe como lembrança de viagem. As chaves que lá estão abrem o agora mais organizado armário e gaveteiro do escritório.
Num outro chaveiro de Porto Seguro, onde também não estive, (constatação: preciso viajar mais), estão as chaves do portão e da porta da casa de meus pais. No singelo chaveiro do "Caracol", (antigo projeto aqui da empresa sobre educação ambiental voltado para alunos do ensino fundamental), está a chave do cadeado da garagem desta última casa.
Por falar em pais, há uma história engraçada sobre chaves. Costumo visitá-los aos finais de semana e lembro-me que certa vez, logo quando mudei de casa, esqueci as chaves de casa lá e só me dei conta quando cheguei na porta do apartamento (detalhe: moro na Zona Norte e meus pais na Zona Sul). Como não carrego cópia das chaves no carro, tive que fazer todo o trajeto de volta e isso num domingo a noite.
Claro que esse episódio num sentido simbólico poderia ilustrar alguma dificuldade que tive na adaptação para morar sozinho, mas isso que hoje é engraçado lembrar é página virada.
Atualmente há também um outro tipo de chave: as senhas que são chaves virtuais.
Faça um pequeno exercício e verifique quantas senhas você possui; irá se impressionar com certeza já que a cada dia o mundo pede mais.
Eu, para evitar grandes confusões procuro padronizar algumas delas, mas sempre fica aquela pulga atrás da orelha, aquele senso paranóico que diz não ser muito seguro tal procedimento.
Bom, aí saindo do concreto e invertendo o jogo, pergunto: a quem confiamos nossas chaves?
Se chaves são elementos que abrem e fecham portas entre outros e, assim, dão acesso a uma outra "dimensão", em quem você confia as suas chaves?
Recordo de um chaveiro que tinha uma forma de coração e no meio havia um corte em forma de "serra" de uma chave com os dizeres: "aqui só entra quem tem a chave". Um pouco piegas, claro, mas detentor de um sentido simbólico fatal.
Vem a questão novamente:a quem damos o direito a essa chave?
E nós mesmo, lembramos qual era a chave que abria? Num molho de inúmeras chaves que usamos para nos trancarmos, as vezes nem sabemos mais qual possibilita tal acesso.
Muitas pessoas do lado de fora continuam a tocar a campainha, sem saber que do lado de dentro há alguém procurando as chaves, ou com medo, observando pelo "olho mágico".
Cansados, muitos desistem e vão tocar outras campainhas. Outros, cientes das dificuldades do outro, aguardam a porta abrir (possivelmente porque também são possuidores de grandes molhos e assim cultivam a paciência até que a porta se abra).
Ainda trabalhando por analogias, questiono o que queremos ser: carcereiro ou zelador?
Um carcereiro é aquele que prende e tem a função de manter alguém ou algo aprisionado. Tudo bem, todos vão falar que o carcereiro também solta e isso é fato, porém se a palavra "carcereiro" for pronunciada, o primeiro pensamento associado será o de prisão, correto?
Já o zelador é aquele que confiamos... ok, ok, nem sempre é assim, concordo, contudo na mesma proporção da explicação sobre o carcereiro, imagine que você trabalha a semana toda e irá receber alguma encomenda, ou então está com reforma em seu apartamento, a ponto de não haver ninguém para acompanhar, a quem você pede o obséquio de receber? Sim o zelador.
Este profissional também quando você não está em casa costuma ser consultado de visitas fora de hora pelo pessoal da portaria e comumente barra, numa espécie de triagem quem ele acha que não "deve ter acesso a você", já que não deixou nenhuma instrução ao sair.
A palavra "zelador" deriva de zelo, que é o mesmo que cuidado; acho que é um pouco disso, quando nos permitimos o acesso a "outros lugares".
Pense um pouco, veja se não há um excesso de chaves no seu molho e tente perceber que função está tomando em sua vida a de carcereiro ou zelador.
"E vamos abrir as portas da Esperança."

segunda-feira, setembro 04, 2006

Bolha de Sabão


De todos os brinquedos que já foram inventados até hoje, há um que a todos supera.

Não sei em qual revista que li que (graças a todos os Deuses - ou a todos os nomes pelos quais Deus é chamado) os jogos de tabuleiro estão voltando à moda.
Em uma época marcada pelo vídeo-game, pelos jogos on-line, pelas disputas em ambiente virtual, sentar com um grupo de amigos, abrir um tabuleiro e colocar peças, rolar dados, mexer algumas peças ganha atenção especial.
Pq será?
Será que é justamente pq a gente está cansando de ficar conversando com uma tela, com alguém que se identifica por um nickname (para aqueles que não sabem... é como se identificam na internet, vulgo apelido)?
Será que é justamente pq a gente está precisando ficar junto com pessoas reais, interagir com vozes reais e não com um som amplificado?
Pq será que um dos maiores sucessos das bancas de jornais é uma coleção de jogos feitos em madeira e que serve, como todo jogo, para fazer as pessoas ficarem unidas?

Mas, voltando, o melhor dos brinquedos que já foram inventados (se é que alguém inventou isso) foi bolinha de sabão.
Exatamente, a mistura de água com sabão soprada por um canudinho... fala a verdade: tem coisa mais gostosa? tem coisa mais divertida? mais desafiadora (mais bolinhas... a maior....)

É a fórmula perfeita de como levar a vida: simples, mas em sua simplicidade completa; desafiadora, mas essencialmente simples; brilhante, em todos os sentidos; rápida, mas leve em sua essência.

E quando a bola estoura... como se finda a vida... deixa no ar um gosto, um cheiro, uma vontade de querer mais...