sexta-feira, dezembro 15, 2006

Desejos

Desejos - Sérgio Lapastina
Uma coisa difícil é dar presentes. Mas o realmente difícil é
responder à pergunta: o que é que vc quer de presente?De uma forma simples: a gente nunca sabe o que quer.Desejar é uma coisa esquisita. Você até pode querer alguma coisa,
mas ou tem medo de que seja muito e magoar a pessoa ou tem
receio que seja pouco e a pessoa achar que está recebendo a
importância necessária.Se a gente pede algo material, somos insensíveis. Se pedimos paz,
saúde, dinheiro e amizade, somos demasiadamente sensíveis.Por isso que sim, temos que aprender a desejar.Desejar a mesa farta, mas devemos saber pedir a comida.Desejar o caminho livre, mas devemos saber pedir o destino.Desejar o ar fresco, mas saber respirar.Desejar o abraço amigo, mas saber ter o braço forte.Desejar o beijo molhado, mas saber reter o gosto do amor.Desejar o calor e saber não esfriar.Desejar o sono tranquilo e saber fechar os olhos.Desejar o sonho e saber transformá-lo em realidade.Desejar a realidade e saber não acabar com ela.Desejar ser forte e dormir com a cabeça apoiada no colo dela.
Não sei o que vai ser de 2007 e sinceramente não quero saber. Não
adianta saber. Durante anos desejei que o ano novo fosse isso,
fosse aquilo e o ano novo sempre foi o que ele quis ser.Hoje aprendi a querer saber aproveitar cada dia do ano novo, assim
como espero ter aproveitado o ano velho e sempre aproveitar cada
momento. Aprendi a desejar confiar sempre no intinsto, no feeling, no
bate-pronto. É como dizia um tio: se pensar muito não casa. A filha
dele não casou.
Desejar não é fácil. Mas receber o desejado é uma benção.Sejam todos, abençoados

Desejos - Wagner Mekaru
Desejo é sempre algo forte. Não existe meio desejo.Desejo é a arte do querer. Eu quero ou não quero.Quando respondemos uma indagação sobre o que queremos com
um “mais ou menos” já optamos pelo querer. O titubear pode ser
apenas um pouco de insegurança.Desejar apesar de servir como sinônimo do verbo querer parece ter
raízes mais profundas, parece falar de um querer com entrega da
alma.Algumas pessoas dizem que é preciso tomar cuidado com o que se
deseja, já que estes, como numa fábula podem virar realidade.O pensamento deve ter lá sua força sim. Seja num aspecto
positivo ou negativo.Já ouvi muitas conversas a esse respeito, onde céticos insistem em
dizer que os otimistas ou aqueles que pensam positivamente estão
por fora e que o melhor é ter os pés na realidade, assim evita-se a
frustração, contudo estes deixam de sonhar, não experimentam a
fantasia e assim vivem “uma vida tranqüila”, na medida que o
controle lhes permite.Já dizia Freud também que não poderíamos viver numa sociedade
onde todos os desejos fossem satisfeitos, afinal isso seria algo
extremamente nocivo, até mesmo por que, tomando como
exemplo, matar pode ser um desejo (e não somente um filme do
Charles Bronson).Mais do que desejar deve se lutar e buscar meios para a realização
dos desejos. Aquela história de fonte dos desejos é bonita, mas
cômoda demais, afinal tendo algumas moedinhas ficaria muito fácil
efetivar o que se quer. Lutar pelas conquistas é o mais difícil, mas
também o que há de mais bonito.No princípio era o verbo. Desejar, mentalizar, entregar e
esforçar-se; cortar o bolo e visualizar; promessas de um novo ano;
rezar e pedir pro Santo, mas acima de tudo fazer a sua parte, o
que vier é conseqüência. Se mesmo assim não acontecer como você
esperava, não se preocupe, o importante é não desistir, levante a
cabeça e continue a caminhar, porque ainda há muito que sonhar.Para terminar um pequeno relato de um fato cotidiano: outro dia,
voltando para casa, no trânsito, estava atrás de um carro que tinha
uma frase estampada no para brisa traseiro: “Espero que Deus lhe
dê em dobro o que você me desejar”. Eu cheguei muito bem e sem
contratempos em casa.

quinta-feira, dezembro 14, 2006

Desejo para 2007

Poucas coisas nessa vida são tão importantes quanto se alimentar.
Ter comida para o corpo, para o espírito; para o hoje, para o amanhã; para um, dois ou para quanto for.
É como diz o velho ditado: onde come um, comem dois ou quem mais chegar e precisar se alimentar.
Nesse ano, desejo a todos a mesa farta. Mas não qualquer mesa: a verdadeira mesa - aquela que precisa sempre estar repleta de comidas gostosas, saborosas e que dêem prazer ao serem consumidas: o nosso dia-a-dia.
Quantas vezes você acordou e sentiu fome? Fome de novidades, fome de boa notícias, fome de uma ação revolucionária, fome de compreensão, fome de um ombro amigo para repartir o desejo de comer algo doce e refrescante.
Que em 2007 você tenha mesa recheada de coisas gostosas e que seja gente o suficiente para repartir esse alimento com cada um que estiver a seu lado. Afinal de contas, como dizia o velho sábio: é repartindo que se soma e compartilhando que se obtém o recheio da felicidade eterna.
Ok... Não era bem isso que ele dizia, mas tudo bem. Sem problemas.O importante é que em 2007 você seja, simplesmente, feliz.

segunda-feira, dezembro 11, 2006

Pedido de Natal 1


Comecei a fazer a pesquisa sobre o que quero ganhar neste Natal.
Como há alguns anos venho pedindo "muito dinheiro no bolso, saúde pra dar e vender", quem sabe esse ano, pedindo algo diferente, venha isso... Com certeza meu Papai Noel é meio às avessas... vai saber...

Seja como for, uma das coisas que mais tem atormentado a humanidade nos últimos tempo é o excesso de informação.
Não sei se é por isso ou por outra coisa, mas o que mais estamos precisando é de alguma coisa que nos simplifique a vida.
Por isso gostei muito das Unazukins, uma bonequinhas que te respondem qualquer pergunta que fizer a elas simplesmente balançando a cabeça para frente e para trás - se a resposta for sim, ou para os lados - se a resposta for não.

Sem enrolação, sem "veja bem", sem talvez, sem nada a não ser um belo sim ou um firme não. Quem precisa de mais?
Se formos pensar bem, no frigir dos ovos, quase a totalidade das dúvidas da gente podem ser respondidas por um sim ou por um não. Quem complica é a gente que quer detalhes, explicações, motivos, ponderações ou, na maioria das vezes, que quer escutar o que quer ouvir, não o que precisa ser ouvido.

Principalmente escutar um NÃO não costuma ser nada fácil.
E, sim, tem gente que se assusta com um SIM.
Alguns não sabem o que fazer com um SIM. Outros travam ao ter um NÃO.
Muitas vidas dependem de um SIM. Guerras já foram perdidas por causa de um NÃO.
NÃOs já decidiram destinos. SIM... os SIMs também.

Enfim, motivos não faltam para achar que essas bonequinhas serão um bom presente

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Envelhecer

Hoje é dia de Confraria de Crônicas, Contos e Causos do Cotidiano. Ainda sem o Manfra, mas já com o contrato dele renovado para a temporada 2007

Envelhecer - Sérgio Lapastina

Quando tinha 15 anos achava que uma pessoa com qualquer coisa mais de 30 era um absurdo.
Hoje, com quarenta e poucos, acho que era um absurdo eu achar aquilo.
Sempre gostei de ouvir histórias. Hoje gosto de ter histórias para contar. Adoro aquelas coisas de "Você se lembra?" e vem um montão de fotos do Atari, da revista Manchete, do Falcon, do Genius, do Ultra Man, Ultra Seven...
Minha última mania (que deve durar até a próxima, portanto, acalmen-se) é andar de bengala. Não aquela bengala de apoio, mas - como definiu a Fernanda que trabalha aqui comigo - daquelas pretas com cabo prateado, de 1720, Inglaterra, que somente os gentlemen usavam com cartola e luvas.
A Gláucia acha que é coisa de velho. Pensando bem... Deveria agradecer.

Se um dia quis ter meu avô para contar histórias do que lhe tinha acontecido - independente de serem ou não verdade, tais como as minhas... O que mais me importava era que tudo aquilo era real na cabeça dele e que, por trás de cada palavra tinha uma mensagem.
Será que entendi todas?

O que quero, um dia, é poder continuar a contar histórias - independente de serem ou não verdade, tais como as de hoje... O que mais me importa é que quem estiver ouvindo acredite que por trás de cada palavra existirá uma mensagem.
Será que vão entender todas?





Envelhecer... - Wagner Mekaru

Na empresa em que trabalho está em vigor um programa de aposentadoria incentivada. Tenho visto a movimentação de muitas pessoas. Gente que trabalhou 30, 40 anos, as vezes até mais do que isso e hoje busca descansar.
Gosto de ouvir as histórias que as pessoas mais velhas tem para contar, são aventuras, alegrias, tristezas, gargalhadas e lágrimas que marcam a saga de cada um deles.
Paradoxalmente em nossa sociedade é comum associar o envelhecer a idéia de declínio, fracasso, etc.
Acredito que esta idéia esteja fortemente associada a uma dificuldade do homem frente a Morte (sim, com letra maiúscula, essa autoridade), é realmente muito difícil aceitar que vamos morrer, muito embora saibamos desde pequenos e cada passo que damos mais nos aproximamos dela, afinal cantamos nos aniversários: "mais um ano de vida..." e é menos um ano, mas claro mais um ano é pedido, porque na verdade também estamos falando de 365 dias passados e de preferência bem vividos e assim se renova a esperança de novos belos 365 dias.
Se morrer é certo, viver não é assim, afinal viver não é o mesmo que existir e, se é que podemos assim definir, socialmente bem sucedido é aquele que conseguiu ser feliz. E a felicidade de uma pessoa é construída ao longo do tempo, por inúmeros fatores que vão de família, trabalho, espiritualidade, "conquistas", aprendizado, etc.
Nosso corpo muda desde sempre, mas costumou-se dizer grosseiramente que o corpo fica feio ao envelhecer (esquece-se que o envelhecimento é constante, desde a concepção) é quando as rugas aparecem, o cabelo se torna grisalho, a pele flácida, enfim parece que defrontamos com um quadro apocalíptico, mas isso se deve também ao valor que a sociedade atribui a estética, onde a ditadura da beleza cada dia mais exige que sejamos verdadeiros seres biônicos, providos de "corpos perfeitos", mas com o tempo isso muda, assim eu espero. Esperança.
Assim como o vinho ou um bom malte que melhoram com o passar do tempo, ao envelhecer espera-se que as pessoas tornem-se melhores, afinal não é costumeiro dizer-se: "você não cresceu não é?", denotando a clara expectativa de uma evolução no comportamento deste.
Acreditando na questão da evolução do espírito, a criança está próxima da Criação por uma questão de tempo, o velho também está mais próximo da origem e do Criador, já que para este deve retornar, logo, é lógico entender que há sabedoria naquele que tanto já viu e agora está mais próximo daquele que inquestionavelmente é perfeito. Não é nosso intuito sermos perfeitos, mas evoluir sim e para isso somente vivendo e experimentando a dor e a alegria de sermos o que somos, eternos mutantes.
Falando em tempo, o passado é o único momento do qual não podemos mais nada fazer, o futuro é envolto de expectativas e esperanças, dos quais talvez tenhamos êxito desde que consigamos aproveitar da melhor maneira possível o presente e presente é pra desembrulhar.
E para fechar a celebre frase de um ex-presidente norte-americano: "E no final o que importa não são os anos de sua vida, mas sim a Vida de seus anos".

terça-feira, dezembro 05, 2006

E a tuia...

- Asderbaldo, fecha a janela.
- Mas amor, a gente vai somente até a esquina... tá um maior calorão, fechar a janela pra que?
- E se chove? Esse tempo maluco a gente nunca sabe. Vai, num reclama e fecha a janela.
- Querida, pensa comigo: a gente vai até a esquina escolher uma árvore de Natal. Não deve demorar mais que vinte minutos, meia hora no máximo. Se o tempo fechar, a gente volta a tempo... Amor, se fechar a janela fica tudo abafado...
- Asderbaldo. Fecha. A. Janela.
- Num fecho.

Com todas as janelas da casa fechadas, praticamente seladas, fomos neste final de semana realizar a primeira tentativa de aquisição de uma árvore de Natal.
Todos os anos anteriores a dita cuja foi daquelas artificiais, mas esse ano me convenceram a comprar um exemplar retirado da mãe natureza. O que, digamos, achei excelente.
Nada como comemorar o Natal com árvore verdadeira... Fala a verdade, árvore artificial é até bonitinha, mas nada se compara a um belo e frondoso pinheiro que a gente coloca no canto da sala e arruma tudo para celebrar a melhor festa do ano e...

- Como em que canto? Todo ano a gente coloca a árvore no mesmo canto.
- Justamente... Eu estava querendo mudar... Ah, sei lá, já que a gente vai comprar uma árvore natural, podia também mudar o canto da sala.

Conhecendo o eleitorado, já imaginei que a compra de uma árvore natural ia ser a desculpa para chamar pintor, pedreiro e fazer uma reforma completa na sala e achei melhor mudar de assunto.

- Olha aquela lá que linda!
- Qual das crianças você vai expulsar de casa para caber essa árvore?
- Ah, Asderbaldo, você é um pessimista. Essa árvore vai ficar linda com todos os pisca-piscas e anjinhos...
- Verdade, mas... Bem, sei lá. Se você quiser, pode ser essa.
- Te amo, querido. A árvore vai ser o sucesso da ceia... A mamãe vai adorar e...
- Mamãe?
- Ah, não te contei, ela vai passar o Natal com a gente.
- Nem precisava, querida, todo ano ela passa. Mas vamos lá... Moço, quanto é essa árvore.
.
.
.
- E se eu levar a floresta inteira tem promoção?
- Asderbaldo, não seja mal educado com o moço.
- Mal educado? Ele quer cobrar uma fortuna por um galho cortado de pinheiro.
- Tuia, senhor. Este exemplar é uma Tuia Specialis, com características únicas de topiaria natalina.
- Galho de pinheiro e até meio seco.
- Asderbaldo...

Unscentos reais depois e muito exercício para colocar a Tuia Especial...
- Specialis, senhor, Tuaia Specialis

... como dizia, colocar a árvore no carro (uma história que conto depois), chegamos em casa e não é que a patroa acertou e começou a chover. Bem, também não demoramos apenas vinte minutos... Só a explicação do especialista em como adubar a Tuia Ispazialis duas vezes por...
- Perdão, senhor, é Tuia Specialis.

... como... dizia... adubar a árvore e o modo correto de pendurar as bolinhas em cada galho, isso durou pelo menos duas horas.

Seja como for, estava chovendo quando chegamos. Ela acertou a previsão e...
- Asderbaldo... Você deixou a janela do quarto aberta...

E a ceia...


- Amor, peguei uma receita de peixe recheado com farofa de camarão que vai ser um show na ceia de Natal. Quero só ver...
- Peixe? No Natal?
- Qual o problema?
- Não... Problema nenhum... É que não sei se peixe combina com o tender e...
- Justamente! Esse ano não vi ter tender, peru, pernil, lombo, nada disso: vamos fazer um Natal com peixes, camarões e todo tipo de frutos do mar. Vai ser uma maravi...
- Mamãe não come peixe e eu adooooro tender.

A reprodução acima é referente ao diálogo travado na residência do nobre Asderbaldo na data de ontem, pouco antes da ida ao supermercado mais próximo para aquisição de um peru, um pernil daqueles semi-temperados e desossados, um lombo e três tender daqueles tipo bolinha. Todos já devidamente acomodados no freezer da referida residência no aguardo da véspera das festividades para o devido preparo culinário.

Igualmente produtiva foi a noite. Sentado na beira da cama, o nobre Asderbaldo olhava para a anotação, já borrada, da receita de peixe com recheio de farofa de camarão e lamentava a pouca sorte, imaginando se algum dia em sua pacata existência teria a oportunidade de comer tal iguaria.

Dando-se por vencido - algo que se torna comum após alguns anos de matrimônio - deixamos a receita do peixe recheado de lado e partimos para imaginar qual lampejo o destino nos daria para fazer o combinado lombo - pernil - peru e tender (meio de campo de fazer inveja a qualquer time de várzea, time completado por Farofa, no gol, Arroz com Passas, Empadão, Batata Gratinada e Purê de Maçã, na defesa e no ataque a dupla Romã e Salada de Palmito - detalhe, o Farofa no gol, não é de camarão).

Fala a verdade, é o típico "em time que está ganhando não se mexe"... Não é? Vai inventar.
Tem casa que tem bacalhau... mas é reserva, entra na substituição de algum dos jogadores... ops, pratos acima descritos e sempre gera alguma cara de desconfiado: será que vai jogar bem? - no caso, será que vai cair bem?

Seja como for, o que importa é seguir a tradição.
Tradição, segundo o dicionário Asderbaldes - Português e vice-versa, é algo que alguém um dia disse, todo mundo acreditou e ninguém tem coragem de contrariar.
- Ah, filho, mas é tradição da casa.
Se quebrarem a tradição o que é que acontece? Absolutamente nada, muito provavelmente. Mas vai arriscar... E a paúra?

É por isso que neste ano, seguindo a tradição, esse ano a ceia de Natal vai ser com o time titular na mesa. E sabem de uma coisa: vai ser maravilhoso, vai ser uma delícia. Todos vamos rir, brincar, tirar sarro e, ao final, comemorar a certeza de mais um título... ops, mais uma alegre e feliz união.
E o ano que vem? Ah, no ano que vem vou botar o pé na jaca e fazer o raio do peixe com recheio de camarão e outras novidades que vocês vão ver e aí vou...

- Amor...
- Tá bom! Raios.

Vou fazer tudo ser mais feliz ainda!

Obs.: caso algum incauto leitor deseja a receita do peixe com recheio de farofa de camarão, até posso pedir ao estimado Alemão que lha me forneça novamente, tendo em vista que, em um acesso de fúria, a mesma foi defenestrada e se encontra, em migalhas, na lixeira do lar doce lar.

sexta-feira, dezembro 01, 2006

Tem hora que temos que ser fortes.

Hoje é dia de Confraria de Crônicas, Contos e Causos do Cotidiano, ainda sem o Manfredini. Amigo, para vc: Tem hora que temos que ser fortes.

Tem hora que temos que ser fortes - Sérgio Lapastina

Começou dezembro. O último mês do ano.
Para começar, gostaria de desejar a todos um excelente dezembro.
Se de janeiro até agora o ano foi bom, tenho absoluta certeza que vai acabar bem. Se não vou, veja pelo lado bom da coisa: você tem mais 31 dias para tentar. Não vai desistir agora, não é?
Aliás, desistir não está no nosso sangue, no nosso perfil. Se estiver no seu, faz um favor: deixa de ler esse texto agora.

Hoje, no primeiro dia do último mês, duas coisas me fazem ter renovada a vontade de vencer cada desafio.
Hoje é o Dia Internacional de Combate a Aids - fala a verdade tem gente que entende mais de vencer desafios do que esse.
Doença sem vergonha que na verdade nem é doença. A gente não morre de aids, mas ela mata.
Doença que não pega pq quer (como nenhuma, claro), mas que se pega por que se faz alguma coisa. Falta de cuidado, falta de consciência, falta de respeito.
Doença que quem tem pode ser qualquer um e que precisa continuar a ser qualquer um mesmo tendo.
Doença para a qual, a pior doença é a ignorância, a falta de tato, a falta de um toque amigo - é amigo, pelo toque não se pega aids, mas pode se pegar o isolamento, o esquecimento.
Conheço uma ou duas pessoas que tem aids. Pessoas como eu e vc que vivem, respiram, trabalham, amam e precisam viver, respeitar, trabalhar e serem amadas. O que muda nelas? Nada e tudo.
Nada pode mudar, mas tudo tem que mudar.
O primeiro a mudar, tive que ser eu e hoje, vejo que ainda estou aprendendo a como mudar.

O segundo motivo, que nem ia ser hoje, mas precisa ser hoje é pq descobrimos que temos que ser fortes. Olha se tem alguém aí que quer nos derrubar, sinto... vai buscar outra freguesia que nessa aqui vc não vai achar guarida.
Aqui, quando um pé falha, uma mão ampara.
Quando um braço fraqueja, um ombro nos segura.,
Quando falta o ar, sobra o sopro.
Aqui, quando vem a dor, vem a palavra de compaixão.
Quando sobrepõe o medo, vem a certeza do caminho certo.
Quando surge a dúvida, vem o guia.
Aqui, quando silencia, sorrimos.
Quando escurece, dormimos calmamente.
Quando esquenta, abrimos os braços para acalentar o sol.
Aqui, quando morre, renasce.
Quando acaba, recomeça.
Quando finda, inicia.
Aqui, quando parece perdido, mostra o caminho.
Quando verte a lágrima, nasce a flor.
Quando pergunta pq, nos é dada a resposta.

Deu pra entender?
Legal, então cabeça pra cima, mente aberta, força nesse coração e levanta sacode a poeira e dá volta por cima... levanta sacode a poeira e dá volta por cima... levanta sacode a poeira e dá volta por cima... levanta!


Tem hora que temos que ser fortes - Wagner Mekaru

É, tem horas que a gente encontra a essência sem saber.Somos fortes, é fato, mas não sabemos disso.
Nos momentos críticos, num assalto, na perda de um ente ou amigo querido, na doença, nas dificuldades para superar obstáculos, enfim, temos que buscar forças em algum lugar.
Nestes momentos é muito comum rezarmos, pedirmos, prometermos e buscarmos numa corrida alucinada a cura para todos os males.
Como diz a música: "toda vez que falta Luz, o invisível nos salta aos olhos" e o medo então toma forma, nos cegando, fazendo-nos viver um sentimento de desamparo e abandono.
Claro que não somos seres perfeitos, até porque caso fossemos acho que não haveria muita razão a existência.
Acredito que o mais importante na vida é aprendermos com nossos acertos e erros e vivermos da melhor maneira possível, no sentido de evoluirmos espiritualmente.
Inegavelmente somos movidos por nossas paixões e com isso muito sofremos.
Dor é uma das sensações ou sentimentos (depende da maneira de enxergar) mais complicadas de nossa existência. Temos tudo e não temos nada. Somos o que somos e não sabemos que somos. Acreditamos no que somos, acreditamos que aqui estamos, ninguém coloca essa questão a prova, até porque isso parece loucura.
Sim, sei que já parece discurso de louco, mas principalmente quando beiramos momentos difíceis e falta chão, acreditamos que tudo chegou ao fim, milagres são operados, o vento muda de direção ou simplesmente nada acontece. Baixado a poeira, com calma e discernimento procuramos entender a nossa maneira porque algumas coisas acontecem. Nesta hora, tenha certeza, você está sendo forte, porque já aceitou sua condição de não poder mudar o que passou.
Com mais paciência você volta a caminhar e retoma sua vida, porque sabe que há muito para se caminhar.
Lembre-se que um dia você engatinhava e quando passou a dar os primeiros passos caiu...mas levantou-se.
Lembre-se um dia você foi criança e hoje tem crianças ao seu redor.
Lembre-se também que tuas crianças cresceram e hoje decidem o que fazer da vida delas, o Mundo as levou, a casa ficou pequena.
Lembre-se também, aquela semente que você plantou hoje é a árvore onde você colhe os frutos.
As vezes é difícil não baixar a cabeça, precisamos de uma força extra, precisamos saber que não estamos sozinhos.
E não estamos, nunca estamos....